Luto e Luta: Hoje é Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos
Hoje é Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos. Serão realizadas paralisações de 100 minutos nas fábricas da base em homenagem aos quase 100 mil mortos pela Covid-19
Os Metalúrgicos do ABC participam hoje do Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos, convocado pela CUT, demais centrais sindicais, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Serão realizadas paralisações simbólicas de 100 minutos nos locais de trabalho, um minuto para cada mil vidas perdidas pela Covid-19. Com média de mil mortes por dia, o Brasil deverá atingir a marca de 100 mil mortes pelo novo coronavírus ainda nesta semana.
O secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges, ressaltou o descaso e a irresponsabilidade do presidente da República no enfrentamento à pandemia e à crise econômica e social no país.
“Infelizmente, estamos chegando a 100 mil mortes no país. Temos que chamar a atenção para o que está acontecendo, não queremos fazer outra manifestação por 200 mil mortes. O vírus acometeu o mundo inteiro, todos que estão lendo a Tribuna têm conhecidos que já foram acometidos pela Covid”, afirmou.
“No começo, falavam que o vírus atingia os mais velhos, mas com o passar do tempo vimos que a doença não escolhe idade, sexo, religião, se é pobre ou rico. Mas quem morre mais são os pobres, justamente porque o presidente da República disse que era uma ‘gripezinha’ no início da pandemia. Quando os casos aumentaram, disse que não era coveiro. Recomenda remédio que não é indicado pela ciência e culpa governadores e prefeitos pelos reflexos na economia. Ao tratar dessa forma o nosso bem maior, que é a vida, o resultado só poderia ser a morte”, destacou.
Moisés também reforçou a importância do SUS (Sistema Único de Saúde). “Tem gente que critica o SUS, mas se não fosse por ele, a situação estaria ainda pior. Além disso, essa extrema-direita e seus seguidores ofendem e agridem profissionais de saúde, que as pessoas mais precisam quando estão enfermas”, disse.
Outro absurdo é que o país não tem ministro da Saúde, um general ocupa o cargo interinamente há quase três meses. Em 15 de maio, quando assumiu, o Brasil registrava 14.817 mortes e 218.223 casos confirmados. Desde então, os dados só aumentaram.
Medo do vírus e do desemprego
O desemprego já atinge 12,3 milhões de trabalhadores, 13,3% da população, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na pandemia, quase 9 milhões de pessoas perderam o emprego. A população desalentada, que deixou de procurar emprego, bateu recorde de 5,7 milhões de pessoas.
“Não existem políticas para combater o vírus, mas além do medo de morrer ou de alguém da família ir embora, os brasileiros estão com medo de perder o emprego, de passar fome. Outros países tomaram medidas de preservação do emprego, como a Argentina, que proibiu as empresas de demitirem em momento de calamidade. Aqui é só ver as dificuldades na Campanha Salarial, a nossa principal reivindicação é a manutenção dos empregos”, explicou.
“A gente tem que se lembrar da nossa família, das pessoas que ama, e ser solidário. A solidariedade é um dos valores do ser humano e o Sindicato participa do ato em uma demonstração disso para as 100 mil famílias que choraram sem direito à despedida nem velório. Mas, ao mesmo tempo, vamos com muita disposição de luta para mudar todo o cenário, para voltar a sorrir e ter tranquilidade de novo, sair na rua sem preocupação, não ter medo de perder os empregos e construir o futuro dos nossos filhos”, concluiu.
Ato ecumênico
Em todo o país, serão organizadas manifestações simbólicas, com respeito aos protocolos de higiene e sanitários. Em São Paulo, na Praça da Sé, às 12h, será realizado o ato nacional, com a participação dos presidentes das centrais sindicais, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e uma ação ecumênica em homenagem aos brasileiros que perderam a vida nesta pandemia.
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