M1 Numbers: como a Fiat se tornou mais brasileira do que italiana
Quase chegando aos 50 anos de operação no Brasil, a Fiat tem muito o que comemorar. Há pelo menos 18 anos, a italiana lidera o ranking de marcas mais vendidas no país e mantém uma participação de mercado sólida, mesmo diante da chegada e do crescimento acelerado de concorrentes chineses nos últimos meses. Mais importante ainda, a percepção dos consumidores brasileiros é de que a Fiat é uma marca confiável.
Na Itália, sua terra natal, a situação é praticamente o oposto. A marca completou 120 anos em 2025, mas sua linha de produtos vem diminuindo consideravelmente. Em 2024, pouco mais de quatro em cada dez veículos da Fiat vendidos no mundo foi emplacado no Brasil. Na prática, a presença em um único mercado de 2,5 milhões de unidades superou o total da marca em toda a Europa, cujo mercado total é seis vezes maior.
No Brasil, a Fiat introduz continuamente novos modelos para manter sua posição em determinados segmentos ou até mesmo criar novos mercados. Esse é o caso dos sucessos comerciais da Strada e da Toro e, mais recentemente, do Fastback. Atualmente, a Fiat oferece cinco modelos de carros de passeio na Itália (excluindo veículos comerciais), contra nove no Brasil, onde as picapes são praticamente tratadas como carros de uso diário.
A inovação constante, o marketing eficaz e uma gama de produtos mais ampla explicam a imagem positiva da marca entre os brasileiros e ajudam a sustentar seu sucesso na América do Sul. De longe, a Fiat é a fabricante que mais soube compreender o consumidor brasileiro, entregando não apenas o que ele deseja, mas também o que efetivamente consegue comprar. Da desconfiança inicial com o 147, em um mercado então dominado pela Volkswagen com o Fusca, a percepção mudou rapidamente com a chegada de modelos acessíveis como Uno e Palio.
Do Motor1