Macrossetor da CUT lança Instituto em defesa da indústria nacional
Fotos: Adonis Guerra
Com o objetivo de formular propostas em defesa dos trabalhadores e de uma indústria brasileira forte, foi lançado na quarta-feira, dia 18, o Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil, na sede da CUT, em São Paulo.
A iniciativa é das cinco confederações que compõem o Macrossetor da Indústria da Central, Metalúrgicos, Químicos, Vestuário, Alimentação e Construção Civil e Madeira.
Na assembleia de fundação, o ex-presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, foi eleito o primeiro presidente do TID-Brasil. “Estamos criando, com a união e os esforços das entidades sindicais, uma ferramenta para introduzir as pautas dos trabalhadores nos fóruns de decisão”, afirmou.
“É um passo importante dentro da CUT, pois trata-se de uma discussão nova para encararmos os desafios propostos, como o desenvolvimento industrial brasileiro, a criação de canais de diálogo e a construção de uma agenda que preserve direitos e garanta o fortalecimento da indústria do País”, explicou.
O Instituto também aprofundará o debate sobre produtividade e competitividade, por exemplo, na elaboração do novo regime automotivo, o Rota 2030, e a Indústria 4.0.
Entre as ações está a preocupação com o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. “Ao invés de apostar na integração da América do Sul, querem esvaziar a indústria nacional”, alertou. “Modernização não pode ser precarização. Nossa iniciativa tem vigor para mostrar que temos respostas à retirada de direitos e estamos de olho no futuro”, defendeu.
Outro tema são as discussões entre universidades e a China sobre biocombustíveis, mudança climática e as atividades industriais nesse processo.
O diretor executivo do Sindicato responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno, ressaltou a importância do Instituto para o ABC, que é um polo industrial importante, e para o País.
“Visamos o fortalecimento das empresas que já estão na região, a vinda de novas fábricas e, consequentemente, a geração de empregos e melhores salários”, disse.
Para o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, o Instituto contemplará as demandas dos trabalhadores.
“Tenho certeza de que ele vai cumprir um importante papel neste cenário tão adverso, com a indústria perdendo participação no PIB brasileiro a cada ano, o que é péssimo para qualquer país”, explicou. “Temos de trabalhar por uma política industrial de Estado, de longa duração, e o TID-Brasil nos ajudará muito nessa direção”, concluiu.