Magneti Marelli-Cofap adota lay off para 100 trabalhadores

Profissionais farão curso de qualificação no Senai e também de formação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante tempo de suspensão do contrato de trabalho; medida está entre os mecanismos de preservação de emprego

 

Os trabalhadores na Magneti Marelli-Cofap, autopeças de São Bernardo, aprovaram acordo de suspensão do contrato de trabalho de cerca de 100 funcionários da produção. Conhecido como lay off, os trabalhadores passam a receber seguro desemprego e têm o salário complementado pela fábrica.

Aprovado em assembléia na sexta-feira (19), o acordo vale a partir de março com prazo de cinco meses e pode ser prorrogado por mais cinco meses. Durante esse período, os trabalhadores farão cursos de qualificação no Senai e terão um dia de formação para a cidadania com aulas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Os 400 metalúrgicos que permanecem na fábrica terão 90 dias de estabilidade.

NEGOCIAÇÃO – A suspensão do contrato de trabalho é um dos mecanismos de preservação do emprego defendidos pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC como alternativa a demissões em massa. No caso da Magneti, a ameaça de cortes vem desde abril do ano passado, quando caiu o volume de pedidos da General Motors dos Estados Unidos, principal cliente da autopeças.

Fabricante de camisas para motores, a Magneti concentrou 80% de sua produção para exportação. Desse total, 60% para a GM americana.

Segundo Juarez Barros, o Buda, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na empresa, há quase um ano várias medidas foram negociadas entre o Sindicato e a fábrica – licença remunerada, férias coletivas e PDV -, antes mesmo da crise econômica mundial estourar, em setembro do ano passado.

 “A empresa, agora, segundo Buda, está à espera do pacote de ajuda do governo norte norte-americano às montadoras e que a empresa comece a vender no mercado interno”, afirmou Buda.

Para o dirigente do Sindicato, o prazo do lay off pode ser suficiente para que essas expectativas se confirmem de forma positiva. “Se a produção reagir, os trabalhadores poderão voltar antes dos cinco meses para a fábrica”, completou.

 Da Redação da Tribuna Metalúrgica