Mais 279 trabalhadores libertados
Mais 279 trabalhadores em situação de trabalho escravo ou degradante foram libertados pelo Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho em quatro fazendas de carvoaria na Bahia e outra no Pará.
Nas quatro carvoarias baianas, em São Desidério e Baianópolis, eram 156 trabalhadores que viviam em alojamentos de lona e madeirite, sem qualquer condição de higiene.
Eles trabalhavam sem equipamentos de segurança num calor de 40 graus. A comida, a estadia e o transporte eram descontados do salário.
O dono da fazenda vai pagar indenização, além de responder a processo civil e criminal, junto com a siderúrgica que comprava todo o carvão produzido.
Em outra carvoaria, em Barreiras, foram encontradas sete pessoas, entre elas um menino de nove anos, que enchiam e esvaziavam os fornos de carvão durante 10 horas diárias.
Os trabalhadores dividiam a água e a comida com os animais, e o menino recebia R$ 5,00 mensais. O dono foi autuado e vai responder processo.
Juiz aposentado
Em Aragominas (TO), a fiscalização localizou sete trabalhadores em condições degradantes na fazenda Ouro Preto, de propriedade do juiz do trabalho aposentado Wilson Osmundo Neto.
Os trabalhadores estavam com salários atrasados e o barracão não tinha condições de higiene. O juiz, além de acertar as contas, responderá processo por danos morais.
“Quem tinha de dar o exemplo está descumprindo a lei”, protestou o fiscal Humberto Célio, que participou da operação.