Mais aumentos com Lula que com FHC

Levantamento mostra que quatro das principais categorias da CUT no ABC tiveram aumentos reais acima da inflação nos quatro anos do governo Lula, enquanto o arrocho salarial ficou cravado nos oito anos de FHC.

As conquistas salariais dos trabalhadores no ABC durante os quatro primeiros anos do governo Lula foram muito maiores que os reajustes acumulados nos oito anos de  FHC, quando os companheiros na região acumularam perdas.

Pesquisa baseada nos resultados das campanhas salariais de quatro dos mais importantes sindicatos da região mostra que o pessoal conseguiu aumento real médio de 6,66% no primeiro mandato do PT contra perdas de 2,78% nos oito anos de gestão do PSDB.

Os metalúrgicos do ABC foram os que acumularam o melhor saldo. De 2002, quando Lula tomou posse, até 2006, a categoria registrou 12% de ganhos acima da inflação.

Entre 1996 a 2002, quando FHC esteve no poder, a companheirada obteve apenas a reposição da inflação do período. O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, lembra que no mandato dos tucanos o setor automotivo vivia em crise, o desemprego era alto e não se abriam vagas.

“Hoje, a renda cresce, a inflação está sob controle e há programas sociais que garantem a distribuição de renda”, destaca.

Feijóo lembra ainda medidas como a correção da tabela do Imposto de Renda e o aumento real do salário mínimo como fatores que melhoraram os rendimentos dos trabalhadores.

Categorias têm ganho real

Os moveleiros de São Bernardo e Diadema vieram logo a seguir nos ganhos reais de salário além da reposição da inflação.

No governo Lula, a categoria teve aumento real de 6,59% contra os 3,86% conquistados com os tucanos. O presidente do Sindicato da categoria, Cladeonor Neves, recorda que na década passada só se ouvia choradeira dos patrões. “Eles reclamavam que não vendiam”, diz. “Agora não podem usar mais essa desculpa”, completa.

Os Químicos do ABC aparecem em terceiro lugar, com 5,33% de aumento real com o PT e 4,16% de perdas sob o PSDB.

O presidente do sindicato, Paulo Lage, classifica a diferença como gritante. “Enfrentamos recessão e demissão em massa, mas nos mobilizamos e o novo governo mudou sua política para o setor”, afirma.

Fechando a lista estão os bancários do ABC. Eles tiveram 2,92% de aumento no governo Lula e uma perda incrível de 7,68% nos anos FHC.

Emprego e negociação são as receitas

O supervisor do Dieese em São Paulo, Silvestre de Oliveira, explica que Lula incentivou um ambiente econômico diferente no País, permitindo os ganhos salariais dos trabalhadores. Taxas de inflação controladas e balança comercial que voltou a dar lucros são outros fatores apontados pelo economista. 

Oliveira destaca, porém, a estabilidade econômica do governo Lula e sua disposição em dialogar com os trabalhadores como os maiores fatores para os aumentos salariais.

“Hoje, o mercado de trabalho está em crescimento e o espaço de negociação entre o trabalho e o capital foi ampliado, aumentando o poder de barganha dos trabalhadores”, conclui.