Mais de 23 mil trabalhadores no ABC conquistam aumento real até agora na Campanha Salarial
Negociações seguem no Siniem, Sicitel, G10 (Fiesp), Sifesp e G2 (Sinaees e Sindimaq). Renovação das cláusulas sociais foi estabelecida por dois anos nos grupos G3, G8.3 e Sindicel, e por um ano no Sindratar e Siescomet

Os Metalúrgicos do ABC, junto à FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos), assinaram ontem a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da Campanha Salarial 2025 com cinco bancadas patronais. O ato ocorreu na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista, na semana que marca a data-base da categoria, 1º de setembro.
O acordo firmado com o G3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa), G8.3 (Simefre, Siamfesp e Sinafer), Sindratar e Siescomet garante reajuste de 6,4%, enquanto no Sindicel o índice é de 6,2%. Sendo que no Sincidel, o acordo é válido por dois anos, com isso em 2026 os salários serão reajustados pelo INPC mais 1,2%.
A renovação das cláusulas sociais foi estabelecida por dois anos nos grupos G3, G8.3 e Sindicel, e por um ano no Sindratar e Siescomet, garantindo a manutenção de direitos importantes da categoria. Em todos os casos, metalúrgicos e metalúrgicas garantiram aumento real.
No total, estão assegurados direitos e reposição salarial para 23.202 trabalhadores e trabalhadoras no ABC – cerca de 33% da base. O maior contingente está no Grupo 3, com 11.495 metalúrgicos.
Mobilização fez a diferença

Para o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, o resultado é fruto da luta nas fábricas. “É um acordo importante, conquistado pela mobilização e pela atuação firme dos sindicatos e da Federação. Mas nem todos os grupos patronais têm a mesma responsabilidade. Onde não houver acordo, a resposta será nas portas de fábrica e, se necessário, com paralisações. O trabalhador não pode ficar sem convenção coletiva, sem reposição da inflação e sem aumento real”, destacou.
Claudionor reforçou que a dificuldade não é econômica, mas política. “Todo ano as empresas criam obstáculos para evitar acordo. Quem não fechar precisa saber que encontrará o sindicato e os trabalhadores mobilizados. O melhor caminho é o do entendimento, mas se optarem pelo confronto, que fique claro: não será uma escolha nossa, e sim dos patrões”.
Vozes da base

O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, ressaltou o papel da luta. “Essa é uma vitória da categoria e da condução firme da Federação. Parabéns à companheirada de todo o Estado, que mostrou mais uma vez sua força”.
Já o coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, destacou o caráter coletivo da conquista. “Quando chegamos a um resultado positivo, sentimos que a luta valeu a pena. Seguiremos mobilizados para fechar também com os demais grupos, como o G2, que é de grande importância para a nossa base”.

Na Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o coordenador Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, reforçou que nada vem de graça. “Essas assinaturas mostram o peso da mobilização, mas ainda há grupos sem acordo. Temos que seguir firmes até que todos tenham convenção, reposição da inflação e aumento real”.