Mais de 4 milhões de jovens graduados têm emprego informal

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Continua) registrou que o número de jovens formados que fazem bicos ou trabalham por conta própria atingiu a marca de 4,03 milhões, o maior desde 2015.

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Os dados são referentes ao terceiro trimestre de 2021 comparados ao mesmo período de 2019.

O desmonte das legislações trabalhistas somado à ausência de investimentos públicos na geração de postos de trabalho leva milhões de jovens graduados a fazerem bicos ou trabalharem como PJ (Pessoas Jurídicas), nos dois casos, sem proteções sociais e previdenciária. 

Desse total, 2,1 milhões são mais precarizados ainda, pois não têm nem o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – um aumento de 14,1%; 1,93 milhão (+37,2%) têm empresa regularizada na Receita Federal.

Para o sociólogo e ex-diretor técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio, o problema se agravou devido à falta de investimento durante os governos Temer e Bolsonaro.

“A soma de baixo crescimento, chegando a uma recessão, com perdas na renda do trabalhador acabaram desfavorecendo fortemente o emprego. O Brasil tem o pior nível de investimento público da sua história recente, apenas 15% do Produto Interno Bruto. Para piorar, o atual governo não tem articulação com empresários para realizar investimentos e retomar a indústria nacional”, destacou.

Má gestão

Os dois anos de pandemia mal geridos pelo governo Bolsonaro prejudicaram ainda mais a busca por emprego com carteira assinada e com direitos. Nesse período o número de pessoas trabalhando por conta própria teve um acréscimo de 259 mil. Entre os graduados que tiveram que trabalhar por conta própria também houve um crescimento, em 2019 eles representavam 9,5% do total de autônomos sem registro, hoje correspondem a 11%.

Com informações da CUT