“Mais de 50 mil mulheres foram estupradas no Brasil em 2013”

Faces da violência contra a mulher e formas de combate é o tema da Arena Metalúrgica, promovida pela Comissão das Metalúrgicas do ABC, que será realizada na próxima quarta-feira, dia 19, às 9h, no Sindicato.

A coordenadora da Comis­são, Ana Nice Martins de Car­valho (foto), falou à Tribuna sobre o encontro, que faz parte das atividades do Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Mulher, marcado pelo 25 de novembro e instituído pela Or­ganização das Nações Unidas, a ONU, em 1999.

Tribuna Metalúrgica – Por que o Sindicato irá realizar este debate sobre a violência contra a mulher?

Ana Nice – A violência contra mulher é uma prática abo­minável em nossa sociedade. Vitimiza a mulher e todos que convivem com ela, como pais, filhos, sobrinhos e vizinhos. Só no ano passado, mais de 50 mil mulheres foram estu­pradas no Brasil, um dado já assustador, mas que pode ser três vezes maior.

Falar sobre isso com a ca­tegoria é cumprir as diretrizes estabelecidas pela direção do Sindicato para nortear nos­sas ações, que são trabalho, cidadania, educação e comu­nicação.

TM – Com qual destes quatro eixos este debate está relacio­nado?

Ana Nice – Com todos. No trabalho, porque entendemos que desigualdade salarial, que é discriminatória e preconcei­tuosa, configura uma forma de violência contra a mulher.

Na educação, porque não podemos permitir que a prática da violência se propague ainda mais e debater esse assunto é fundamental, principalmente pela troca de experiências sobre como combatê-la.

Na comunicação, porque teremos a participação de uma blogueira convidada, a Maria Frô, que nos trará as possibilidades das redes sociais auxiliarem neste combate.

E por fim, mas não me­nos importante, no eixo da cidadania, porque garantir as mesmas oportunidades para as mulheres, com o direito a vida e a paz, é uma forma de construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Para isso, iremos contar com duas representantes de peso nesta questão de políticas públicas para as mulheres, que são as secretárias de São Paulo, Denise Motta Dau, e a de Santo André, Silmara Conchão.

TM – A Comissão definiu um formato diferente para este encontro, como será?

Ana Nice – Faremos neste formato de arena para propor­cionar um ambiente mais des­contraído e mais acolhedor.

Da Redação