Mais direitos no dia a dia das metalúrgicas do ABC
Ao longo de 40 anos de participação feminina, as metalúrgicas do ABC tiveram várias conquistas. Confira o que trabalhadoras na base falaram sobre a importância do auxílio creche, da licença maternidade e do apoio do Sindicato na luta pela reintegração.
“Eu trabalhei por 14 anos na usinagem, naquelas máquinas antigas e pesadas, fui mandada embora cheia de dores nos braços e ombros por trabalho repetitivo. O Sindicato me ajudou muito, desde o médico do trabalho aos advogados que me deram o maior apoio. Desempregada e com um filho, tive que me virar, trabalhei em casa de família, vendi sorvete na rua. Com o processo de reintegração ganho, nasci de novo e consegui voltar à fábrica”, Maria Amélia Gomes da Silva, a Índia, trabalha na montagem da Apis Delta, em Diadema, há 27 anos ao todo.
Fotos: Edu Guimarães
“Tenho dois filhos, de 6 e 3 anos, e pude contar com a licença maternidade de 180 dias e o auxílio-creche. Foi maravilhosa a experiência de aproveitar ao máximo os seis primeiros meses, que são essenciais na vida da criança. A mulher não pode achar que o filho vai te impedir de desenvolver uma carreira. E é importante ter esse suporte para poder voltar a trabalhar em paz e continuar com os planos, investir no futuro e na carreira”, Jaqueline Félix Leão da Silva, trabalhadora na fábrica de cabinas da Scania, em São Bernardo, há 9 anos.
“Quando tive o primeiro filho, eu não trabalhava, fiquei com ele e vi o quanto precisa da gente. No segundo filho, em 2015, já estava na empresa. Peguei a licença de 180 dias e foi muito bom. A amamentação, que era a minha maior preocupação, foi tranquila. Deu para acompanhar muito bem. A cada semana, o bebê já faz coisas novas. Pude voltar ao trabalho com ele mais forte e com imunidade melhor. É sempre corrido, mas vale a pena. Adoro ser mulher”, Kelly Nunes Maciel Lourenço, trabalha no setor de injetora da Kostal, em São Bernardo, há 10 anos.
“Sou sócia do Sindicato desde que entrei na fábrica. Aqui não tem CSE, então a representação fica mais com a Cipa. Antes só tinha homem e me candidatei como cipeira por causa disso, para colocar a opinião das mulheres nas questões de saúde e segurança. Estou no segundo mandato e faço parte da brigada, que também só tinha homem. As mulheres devem ter condições de igualdade e oportunidades”, Rozenilda Lins Carvalho Silva, a Roze, trabalhadora na estamparia da Alumínio Marcolar, em Ribeirão Pires, há 9 anos.