Mais salário, menos hora-extra

A primeira atividade de rua da campanha salarial será a manifestação para a entrega de pauta à Fiesp, sexta-feira da semana que vem. A atividade fará parte do Dia Nacional de Lutas e Mobilizações da CUT.

Até lá, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) concluirá levantamento sobre o desempenho dos setores patronais para definir o índice de aumento reivindicado.

Também foi aprovado na assembléia de ontem que o combate ao excesso de horas-extras será uma das principais bandeiras de luta da campanha, pelo seu potencial na geração de empregos. Metade dos trabalhadores na região metropolitana de São Paulo trabalham acima da jornada legal de 44 horas, segundo o Dieese.

O número é muito próximo do que acontece na categoria em todo o Brasil. Estudo da Confederação Nacional do Metalúrgicos da CUT (CNM) mostra que 43% dos cerca de 1,4 milhão de metalúrgicos brasileiros trabalham em média 50 horas semanais. O fim do excesso de horas horas teria capacidade de abrir 112 mil novos postos de trabalho no País.

Em outra frente, o Contrato Coletivo
A CNM vai incorporar as atividades de campanha dos metalúrgicos do Estado de São Paulo e dos demais metalúrgicos que têm data-base no segundo semestre no País para lançar a luta pelo Contrato Coletivo Trabalho.

A pauta que reivindica piso nacional, liberdade de organização no local de trabalho e 40 horas semanais será entregue pela primeira vez à Confederação Nacional da Indústria (central sindical patronal).

A idéia é, com o Contrato, começar a reduzir as diferenças salariais e de condições de trabalho na categoria. Segundo número da CNM, o salário médio de um metalúrgico em Minas Gerais ou do Rio Grande do Sul é R$ 1,1 mil, enquanto em São Paulo é R$ 1,9 mil. Fora de São Paulo, a jornada legal média da categoria é 43,8 horas, enquanto em São Paulo é 42 horas.