Mais vagas nos cursos técnicos gratuitos

Acordo com o governo federal vai promover a abertura de milhares de vagas nos cursos técnicos nas escolas do Sistema S. A decisão abre oportunidade para acabar com as mensalidades cobradas desde o ano passado nas escolas paulistas do Senai e do Sesi.

O acordo feito pelo
Ministério da Educação
com lideranças empresariais,
na última terça-feira,
vai garantir a destinação de
dois terços da receita do
Senai e do Senac a cursos
técnicos gratuitos, com
prioridade às pessoas de
baixa renda, estudantes e
trabalhadores.

O outro um terço terá
de ser aplicado em educação
e poderá ser na forma de
bolsas parciais e ações relacionadas
à saúde, esporte,
cultura e lazer.

Já o Sesi e Sesc vão destinar
cada vez mais recursos
em educação básica e ações
de saúde.

As mudanças acontecem
a partir do próximo
ano, quando o Senac vai
destinar 20% das vagas aos
cursos gratuitos.

A cada ano esse percentual
será aumentado,
até que as vagas gratuitas
alcancem os dois terços da
receita. Já o Senai vai destinar
metade das vagas a
cursos técnicos gratuitos a
partir do próximo ano.

Pelo acordo, a carga horária dos cursos técnicos
terão, no mínimo, 160 horas.
Hoje, menos da metade
das vagas oferecidas pelo
Senai são gratuitas e no
Senac todos os cursos são
pagos.

Com a mudança, cerca
de 1,4 milhão de vagas gratuitas
passarão a ser oferecidas
por Senai e Senac.
O ministro da Educação,
Fernando Haddad, disse que o acordo
é bom para os dois lados.
“Para os trabalhadores, que
terão mais oportunidades,
e para a indústria, que vai
ter os trabalhadores com a
formação que precisa.”

O acordo só aconteceu
depois que o ministro
preparou projeto de lei que
acabava com a autonomia
do Sistema S na gestão do
dinheiro por falta de transparência.
As entidades do
Sistema S não sabem exatamente
quantas pessoas são
atendidas, quem são elas e
onde estão.

Neste ano, o sistema
vai arrecadar R$ 8 bilhões,
com contribuições pagas
pelas empresas, calculadas
sobre a folha de pagamento.

Pelo fim da cobrança nos cursos do Senai e do Sesi

O acordo realizado
entre o Ministério da Educação
e representantes
nacionais
do Sistema S vai
de encontro à política
de cobrança
de mensalidades,
implantada no ano
passado nas escolas
paulistas do
Senai e do Sesi.

O Sindicato fez campanha
contra a cobrança,
a partir do entendimento
que o Senai já recebe recursos
para seus cursos e, portanto,
eles devem
ser gratuitos.

“Esperamos
que, a partir do
acordo, o presidente
da Fiesp,
Paulo Skaf, reveja
sua posição e adote
a gratuidade”,
disse o vice-presidente
do Sindicato, Rafael
Marques.

Durante a assinatura
do acordo, o presidente
da Confederação Nacional
do Comércio, Antônio
de Oliveira Santos, disse
que as direções estaduais
do Sistema S resistem em
adotar cursos gratuitos.

“Agora, com o acordo,
a gratuidade será compulsória,
obrigatória. Antes,
queríamos aplicar a
gratuidade, mas tínhamos
dificuldades porque as
entidades regionais não
permitiam”, disse ele.