MAKITA – Um movimento por respeito e dignidade

Após 15 dias de resistência, os trabalhadores na Makita, de São Bernardo, conquistaram um acordo que atende suas expectativas e encerraram ontem o acampamento. O acordo foi fechado sábado, em plenária com a maioria dos 285 trabalhadores.

“É o resultado da unidade da companheirada”, considerou Rosi Machado, diretora do Sindicato e trabalhadora na empresa. “Sabíamos que era muito difícil reverter o fechamento da fábrica, mas tornamos muito mais cara a decisão da multinacional”, afirmou.

Recomeço
O resultado foi muito valorizado por todos, pois a luta criou uma forte união. “É duro perder o emprego, mas saímos de cabeça erguida porque lutamos”, avaliou o coordenador do CSE, Cláudio Miranda.

“Fomos traídos pela fábrica que negou, até o último momento, que fecharia as portas. Quando ela deu o golpe e fechou, a dor foi tão grande que ninguém mais teve vontade de retornar ao emprego. Por isso, o pacote dá um fôlego para recomeçarmos nossas vidas”, desabafou Cláudio.

Já o operador de máquinas Adriano Pereira salientou o aprendizado humano com o movimento.

“Perdemos nosso meio de sobrevivência, mas ganhamos muito respeito e realçamos nossa dignidade. A fábrica não acreditava em nossa reação. Agora, tenho fé de nos reencontrarmos em outras fábricas, em outras lutas”, comentou.

Moisés Selerges, coordenador de base do Sindicato, frisou a firmeza dos trabalhadores, que não se abateram diante da situação. “Eles sabiam que era difícil reverter a situação, mas se mantiveram firmes no objetivo de encarecer as demissões”, concluiu.

O acordo firmado sábado estabelece um pacote de indenização conforme o tempo de casa, tempo adicional de convênio médico e a abertura de negociação para os casos de trabalhadores e trabalhadoras que têm restrição médica


Trabalhadores na Ford foram uns dos que ajudaram com cestas