Maluf e Tuma acusados de ocultar cadáver

O Ministério Público Federal em São Paulo pediu à Justiça Federal que sejam declaradas as responsabilidades pessoais de cinco autoridades por ocultações de cadáveres de opositores da ditadura militar (1964-1985), ocorridas na capital.

Entre os denunciados estão o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (gestão 1969-1971), atualmente deputado federal, e o delegado Romeu Tuma, atualmente senador por São Paulo, que foi chefe do Departamento Estadual de Ordem Política e Social, o DEOPS, entre 1966 e 1983.

Paulo Maluf foi prefeito de São Paulo durante a fase mais grave da repressão. Nomeado por influên-cia direta do governo militar, ordenou a construção do cemitério de Perus, projetado especialmente para indigentes e que tinha quadras marcadas especificamente para os “terroristas”.

Cremação
O projeto original do cemitério previa um crematório, mas a prefeitura desistiu após a empresa contratada ter estranhado o plano, que não previa um hall para orações, por exemplo.

A prefeitura chegou a fazer gestões visando mudar a legislação para cremação, para dispensar a autorização da família para o procedimento, possibilitando a cremação de indigentes, mas não teve sucesso.