MAN toma mercado da Mercedes-Benz
O expressivo crescimento do mercado brasileiro de caminhões no primeiro semestre, de 16,9% sobre o mesmo período de 2010, foi aproveitado de maneira bastante desigual pelos fabricantes. Das oito marcas filiadas à Anfavea com fábricas no País, metade registrou avanço superior à média das vendas, três tiveram desempenho inferior e uma, a Scania, observou queda. Em relação ao market share, três perderam e cinco ganharam.
Das que ganharam participação de mercado, chama atenção o desempenho da MAN (com os caminhões Volkswagen), que já liderava as vendas em 2010 e no primeiro semestre ampliou ainda mais sua vantagem, com dois pontos extras de share, de 28,36% para 30,39%, e crescimento dos emplacamentos de 25,2%, quase dez pontos acima da média geral. Ao que parece, preços competitivos e capacidade de atender à demanda com a expansão da fábrica de Resende (RJ) estão fazendo a diferença a favor da MAN.
Por motivos exatamente inversos, a segunda colocada no ranking de vendas de caminhões, a Mercedes-Benz, está perdendo market share. Os emplacamentos da marca na comparação semestre contra semestre avançaram 8,8%, praticamente a metade do crescimento médio do mercado no período, fazendo a participação recuar 1,83 ponto porcentual, de 26,71% para 24,88%.
A concentração de mercado das duas primeiras marcas do ranking mudou pouco do primeiro semestre de 2010 para 2011, passando de 55,08% para 55,27%. Esse ângulo mostra que quem cedeu mais terreno para a MAN foi a Mercedes-Benz.
Na terceira colocação, a Ford Caminhões também avançou abaixo do desempenho médio do mercado: suas vendas cresceram 12% no semestre, quase cinco pontos menos, e houve perda de 0,73 ponto porcentual no share, que desceu de 17,8% para 17,07%. A entrada da nova geração da família Cargo e a saída da versão antiga explica o recuo.
Parte de baixo
Na parte do ranking onde cinco marcas dividem os outros 27,25% do mercado, chama a atenção o expressivo crescimento de 27,7% das vendas da Volvo, que subiu do quinto para o quarto lugar entre as marcas que mais vendem caminhões no País. A Volvo ganhou quase um ponto de participação, saindo de 9,8% no primeiro semestre de 2010 para 10,7% nos últimos seis meses. Boa parte do desempenho positivo pode ser creditada ao caminhão semipesado VM, cujos emplacamentos avançaram 66% no período.
Com avanço acima da expansão do mercado em todos os segmentos, a Iveco foi a fabricante que registrou o maior porcentual de crescimento das vendas no semestre, 49,4%, com destaque para o desempenho de seus semipesados (91%), leves (57%), semileves (41%) e pesados (23,5%), além da entrada na concorrência de seu modelo médio Vertis, que já vendeu 107 unidades nos primeiros seis meses do ano, garantindo à marca condições de competir em todos os nichos com linha full range. Com isso a Iveco subiu uma posição no ranking semestral, da sexta para a quinta colocação, ganhando 1,8 ponto de share, de 6,4% para 8,2%.
A Scania foi a única fabricante de caminhões do mercado brasileiro que não aproveitou o boom de vendas e registrou queda de 11,2% nos emplacamentos em relação ao primeiro semestre de 2010. Assim, despencou do quarto para o sexto lugar do ranking e perdeu 2,4 pontos de participação, declinando de 10,1% para 7,7% dos licenciamentos no período. A Scania não participou do segmento de semipesados este ano e as suas vendas de pesados, o nicho tradicional da marca, também caíram.
Apesar de ter ficado no mesmo sétimo lugar de sempre, as vendas de caminhões da gaúcha Agrale aceleraram 27% no primeiro semestre, mas para apenas 375 unidades. Assim a expansão do share foi mínima, de 0,42% para 0,45% do mercado.
A International, que voltou a participar do mercado nacional somente no fim do ano passado, vendeu 161 unidades de caminhões semipesados e pesados e assim conseguiu participação de 0,19% no período.
Uma novidade do mercado brasileiro de caminhões são os modelos importados, especialmente os chineses Sinotruck. Embora as marcas estrangeiras ainda tenham participação tímida, de apenas 0,36% dos negócios, suas vendas avançaram 31% na comparação semestral 2010-2011.
Da Automotive Business