“Manifestações reforçaram posição da CUT”, diz Rafael

Em entrevista à Tribuna Metalúrgica, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, manifestou sua opinião sobre o bom momento conquistado com as paralisações e mobilizações no Dia Nacional de Luta para negociar com a presidenta Dilma reivindicações como o fator previdenciário e a reforma política.

Os trabalhadores devem aproveitar o bom momento que conquistaram com as paralisações e mobilizações no Dia Nacional de Luta para negociar com a presidenta Dilma reivindicações como o fator previdenciário e a reforma política. A opinião foi manifestada ontem pelo presidente do Sindicato, Rafael Marques, em entrevista à Tribuna Metalúrgica. “Dilma já mostrou interesse em debater toda a pauta apresentada pelos trabalhadores. Não podemos deixar passar esta oportunidade”, afirmou o dirigente. Abaixo, os principais trechos da entrevista.

Tribuna Metalúrgica – Como você avalia a participação dos metalúrgicos do ABC no Dia Nacional de Luta?

Rafael Marques –
A adesão dos metalúrgicos do ABC foi total em todas as empresas que o Sindicato havia programado manifestações.
Por isso, a imprensa errou quando disse que 90 mil trabalhadores no Brasil estavam nas manifestações.
O número foi muito maior, pois, além dos 40 mil metalúrgicos da base, entre outras categorias estiveram nas ruas companheiros de terceiras, químicos, bancários, trabalhadores nas telecomunicações, petroleiros, totalizando mais de 60 mil pessoas tranquilamente, só aqui na região.

TM – Alguém se destacou nas mobilizações da região?

RM – Sim. São aqueles que além de paralisar o trabalho nas empresas, fizeram questão de estar nas ruas.
São companheiros a quem faço um agradecimento especial em público, pois sua atuação nos pátios das fábricas foi fundamental para mobilizar os trabalhadores que, depois, tingiram de vermelho a Avenida Piraporinha, a Via Anchieta, a Lucas Nogueira Garcez e o Paço, todos em São Bernardo, onde aconteceram nossas principais passeatas.

“Devemos aproveitar que a presidenta Dilma mostrou interesse em debater a pauta apresentada dos trabalhadores”

TM – Qual o resultado prático do Dia de Luta?

RM – As paralisações e mobilizações que aconteceram por todo o Brasil reforçaram a posição da CUT para agilizar as negociações na mesa com o governo federal e discutir, principalmente, fator previdenciário e reforma política.
As manifestações permitirão avançar no debate e mudar estes dois pontos que recebem as críticas mais pesadas dos trabalhadores.E esses pontos só vão mudar com atos como o nosso e o realizado pelas centrais sindicais na Avenida Paulista, na Capital, que foram as maiores concentrações do País.


“Quero agradecer aos metalúrgicos que tingiram de vermelho as ruas por onde passaram nossas passeatas”

TM – E agora?

RM – Não podemos esfriar, não podemos deixar a peteca cair. O clima de cobrança geral que a sociedade manifesta atualmente é bom para conseguirmos transformar muita coisa que ainda está errada no Brasil.
A presidenta Dilma já mostrou interesse em debater toda a pauta apresentada pelos trabalhadores e também evoluir nas discussões sobre a reforma política.
Não podemos deixar passar esse bom momento. Vamos avançar na reforma política para cortar as regalias e a corrupção que ainda existem no País.

Da Redação