MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES

Está em curso no Brasil o mais violento ataque contra a democracia desde o fim da ditadura, quando recuperamos o direito de voto, de organização e manifestação, de fazer greves e de seguir lutando pela igualdade e pela liberdade.

As forças derrotadas nas eleições de 2014 deixam claro que não acatam a soberana decisão do voto popular e tentam usar, desde então, sem fundamentos legais, o instrumento do impeachment para anular a voz das urnas e interromper precocemente o mandato da presidenta Dilma.

Ao mesmo tempo, buscam atingir o ex-presidente Lula, símbolo da ascensão social da classe trabalhadora, numa batalha incessante na qual tem valido de tudo: acusações sem provas, prisões injustificadas, violações de privacidade e cerceamento do amplo direito de defesa, tudo isso patrocinado por uma parcela tendenciosa do Judiciário, que utilizando-se do combate à corrupção – anseio e valor fundamental de todo cidadão – está mais interessada em obter os holofotes da mídia do que, de fato, fazer justiça.

Para barrar essa ofensiva contra a Constituição do País, o ABC junta-se a esse mutirão nacional e internacional que vem crescendo a cada dia, formado por sindicatos, movimentos sociais, partidos, instituições, poderes públicos, juristas, frentes políticas, universidades, artistas e juventude, por todos aqueles que estão decididos a defender a democracia.

E não poderia ser diferente. Foi aqui, no ABC Paulista, que a classe trabalhadora se ergueu contra o autoritarismo, levando o enfrentamento da ditadura à escala das multidões. E hoje, no mesmo território, lançamos este MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES, da Frente ABC contra o Golpe, conclamando nossa região a lutar contra o novo padrão de golpe em curso, uma farsa institucional, jurídica e midiática, articulada de forma altamente sofisticada e com objetivos espúrios.

Nossa unidade de ação se apoia em três eixos: DEFENDER A CONSTITUIÇÃO E A DEMOCRACIA; BARRAR OS DESMANDOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS e RETOMAR O CRESCIMENTO MUDANDO A ECONOMIA.

Entendemos que a derrota da escalada golpista exige mudanças na Economia.  Os trabalhadores não podem continuar pagando, com seus empregos, pela instabilidade do País.  Precisamos de medidas urgentes e de curto prazo para que se possa iniciar um novo ciclo virtuoso para a nação brasileira. 

Somos movimentos sociais, sindicatos, instituições e lideranças que, mesmo possuindo grande diversidade de opiniões a respeito da crise atual, estamos juntos frente à ameaça gravíssima de quebra da legalidade. Não vai ter golpe. Vai ter luta!

Sindicatos:

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sindicato dos Químicos do ABC,

Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sindsaúde/ABC,

Sindicato dos Bancários do ABC, Sindicato dos Gráficos do ABC, Sindicato de Profissionais em Confecção ABC, Sinpro-ABC, Seerc ABC, Sindacs, Sindema, Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André, Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo, Sintracom SBC-DMA, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santo André, Sintetra – Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Sindvig – Sindicato dos Vigilantes de São Bernardo do Campo,

Sintramovi /ABC – Sindicato dos Trabalhadores de Movimentações de Mercadorias

Movimentos sociais:

Movimento Sem Terra de Luta, Movimento Meninos e Meninas de Rua, Movimento de Moradia e Melhores Condições de Vida, Movimento Pressão de Trabalho

Partidos: PT e PC do B

E lideranças regionais (ABC) dos partidos: PMDB, PDT, PTC, PC do B, PROS, PSDC, PSL, PT do B, PR, PP, PSD, PV, PPL e PTN

São Bernardo do Campo, 04 de abril de 2016