Mantega diz que recorde de vendas de veículos é ´excepcional´
O ministro da Fazenda ressalta ações federais e também medidas estaduais para estimular vendas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou de “excepcional” o recorde nas vendas de veículos no País, divulgado nesta segunda-feira, 6, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Após reunião com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na capital paulista, o ministro disse que o setor automobilístico “é uma das poucas indústrias no mundo que conseguiram se recuperar e já está com vendas superiores às do ano passado.”
As vendas de veículos no mercado brasileiro somaram 300.157 unidades em junho, o que representa uma alta de 21,5% ante maio de 2009 e de 17,2% na comparação com junho de 2008. No acumulado do primeiro semestre, foram vendidos 1.449.787 veículos, equivalente a um acréscimo de 3% ante igual intervalo do ano passado.
Mantega atribuiu o desempenho do setor à redução de impostos promovida pelo governo federal, mas fez questão de incluir ações do Estado de São Paulo entre os fatores que fizeram crescer as vendas de veículos. “É o resultado da política de estímulo que nós demos, de redução do IPI, do aumento de recurso financeiro – você (Serra) também colocou -, do aumento de crédito para os bancos das montadoras – você (Serra) também colocou recursos para as montadoras”, disse o ministro, ao lado do governador.
Substituição tributária
Após trocarem farpas na semana passada, Mantega e Serra esforçaram-se nesta segunda para mostrar entendimento. Serra prometeu enviar ao ministro uma minuta com esclarecimentos sobre a substituição tributária feita no Estado. Na semana passada, Mantega disse que a substituição amorteceu a queda dos preços de produtos que tiveram o IPI reduzido pelo governo federal. Na ocasião, Serra disse que Mantega estava “equivocado”.
O regime de substituição tributária consiste em recolher os tributos diretamente na fábrica, e não no varejo. Isso faz com que as empresas tenham de antecipar o pagamento dos impostos. Em São Paulo, no entanto, os produtores tiveram o prazo para quitação do ICMS postergado, como forma de aliviar os impactos da crise econômica na produção.
“A nossa desoneração só faz combater a sonegação, mais nada. Isso é fácil explicar e é o que nós faremos”, disse o governador paulista. De passagem pela capital paulista, Mantega foi ao Palácio dos Bandeirantes anunciar, ao lado de Serra, a permissão para ampliação do endividamento do Estado.
Mantega, por sua vez, justificou a apreensão que o levou a citar a substituição tributária na semana passada. “A preocupação do Ministério da Fazenda é que os Estados também façam políticas anticrise”, disse o ministro. “Se a União faz desoneração e os Estados fazem oneração, uma coisa neutraliza a outra. O governador diz que não é isso que está sendo feito e vai me mandar um relato minucioso daquilo que está sendo feito.”
Da Agência Estado