Mantega promete medidas que reduzirão custo do crédito
Segundo o ministro, objetivo das medidas é colaborar no esforço para reativar o nível de atividade no País
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo deve anunciar “em breve” novas medidas que devem colaborar no esforço para reativar o nível de atividade no País. “Nós não podemos falar de medidas que ainda estão sendo amadurecidas pelo governo, mas que em breve serão apresentadas, mesmo porque isso poderia influenciar atitudes do mercado e isso não é favorável”, disse o ministro. “Na área de crédito, haverá novidade e redução do custo de modo geral”, completou Mantega, que conversou com os jornalistas, após o evento Destaque AE Empresas.
Mantega afirmou que a crise foi um verdadeiro teste de estresse para verificar a solidez das economias em todo mundo. “O Brasil apresenta condições sólidas e passou pelo teste de estresse da crise”, afirmou. O ministro ressaltou que medidas anticíclicas adotadas pelo governo, especialmente pelo Banco Central e Ministério da Fazenda, foram essenciais para retomar a demanda agregada no País. Porém, ele ressaltou que outras ações deverão ser adotadas pelo Poder Executivo.
O ministro, contudo, ressaltou que o governo está agindo para recuperar o padrão de crescimento dos últimos dois anos, que deve ser atingido a partir de 2010. Ele enfatizou que o governo está criando fundos de aval e garantidores de crédito para ampliar a oferta de financiamentos na economia. Além disso, será implantando o Eximbank – instituição avalista de exportações que já é adotada em outros países, como os EUA e Japão -, a fim de implementar as vendas externas do Brasil.
Dívida em queda Segundo Mantega, a situação fiscal do Brasil é sólida e permitiu que o governo agisse com rapidez para estimular o consumo e os investimentos, enquanto o mundo passa pela pior recessão dos últimos 70 anos. “Vários países vão registrar déficits nominais elevados neste ano. Nos EUA, o indicador deve chegar a 13,7% do PIB em 2009; no Reino Unido, 11%, enquanto no Brasil deve ficar perto de 2,1%”, disse.
O ministro ressaltou que em função do aumento dos gastos oficiais para reanimar suas economias, a dívida pública bruta dos países centrais deve subir nos próximos anos. Esse deve ser o caso dos, EUA, Alemanha, China e Reino Unido. No caso do Brasil, ele ressaltou que a tendência é de queda em 2008, 2009 e 2010.
Recessão pelo mundo Como a recessão mundial é muito forte, o ministro Mantega destacou que as economias desenvolvidas devem ter retração neste ano. No caso dos EUA, essa queda será próxima de 2,5%, e na zona do euro, ao redor de 4%. “A crise amainou, mas não é hora ainda para comemorar”, salientou o ministro, para quem o “pior da crise já passou” ou parou de piorar.
Na sua avaliação, as economias das nações mais ricas do mundo devem registrar uma pequena expansão em 2010, que deve variar de 0,5% a 1%. “O crescimento mundial dos próximos anos será capitaneado pelo Bric e o Brasil terá uma participação importante nesse processo”, observou.
Da Agência Estado