Marcha da Consciência Negra pede justiça por João Alberto

O mote “Vidas Negras Importam” que tomou as ruas dos EUA e de outras partes do mundo após o assassinato de George Floyd, foi também lema da 17ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo, realizada na tarde do último dia 20, um dia após o assassinato de João Alberto Silveira.

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A mobilização começou em frente ao Masp e seguiu até o Carrefour da Rua Pamplona. Os manifestantes pediram o fim do racismo, cobraram justiça em relação ao espancamento ocorrido no Carrefour, em Porto Alegre (RS), e lembraram o assassinato da vereadora Marielle Franco.

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O coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Alberto Queiroz Rita, o Somália, repudiou o ocorrido e lembrou que todo ato de racismo deve ser combatido.

“Já tínhamos muitos motivos para protestar e pedir justiça nessa data tão importante, a morte de mais um companheiro negro, assassinado brutalmente em função da sua cor de pele, reforça nosso sentimento de profunda indignação e nos leva a lutar por justiça. Mas essa indignação não pode ser só do povo preto, é preciso que todos se juntem no combate ao racismo, os brancos precisam estar juntos com a gente nessa luta diária”.

Protestos pelo país

Por todo o país, foram realizados protestos em unidades do Carrefour. Na loja em Porto Alegre, onde ocorreu o crime, manifestantes picharam palavras de ordem e afixaram cartazes contra o racismo nas grades. Uma cruz foi deixada em frente ao totem de uma das entradas do estacionamento do supermercado.

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No Rio de Janeiro, foram realizados protestos em unidades do Norte Shopping, na zona norte do Rio, em Campo Grande, na zona oeste e em São Gonçalo, na região metropolitana. Os atos foram realizados pela União da Juventude Socialista (UJS) e União de Negros pela Igualdade (Unegro).

Em Salvador, um ato ocupou toda a manhã em uma loja do Atacadão, atacadista que pertence à rede Carrefour.

No litoral paulista houve protestos em Santos e São Vicente. Entre os participantes estavam representantes do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport).

A Articulação Negra de Pernambuco (Anepe) divulgou nota de repúdio à ação da Polícia Militar do estado. Na tarde de domingo, em Recife, houve confusão e a polícia deteve uma ativista sem explicar as razões. Para reprimir manifestantes e defender o supermercado, a operação policial envolveu dez viaturas e um helicóptero, além de um grande número de policiais.