Marcha das Margaridas reúne mais de 100 mil mulheres no Congresso Nacional

Coletivo das Mulheres Metalúrgicas do ABC integrou luta das trabalhadoras do campo, da floresta, das águas e das cidades

Foto: Andréa Iseki

O Coletivo das Mulheres Metalúrgicas do ABC se juntou às mais de 100 mil mulheres em Brasília, na manhã de ontem, na 7ª edição da Marcha das Margaridas, sob o lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. No evento, realizado a cada quatro anos, são tratadas pautas políticas das mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades.

O grupo chegou até o Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu um pronunciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também participaram a primeira-dama Janja da Silva e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Para a diretora executiva do Sindicato, Andréa Ferreira de Sousa, a Nega, é sempre um marco na vida mulheres e na agenda do Coletivo. “A gente vem de uma forma e sai de outra. É um encontro de mulheres de todas as partes do Brasil unidas na luta por respeito, educação, moradia, saúde e trabalho digno para que assim possamos conquistar nosso ‘bem viver’”.

Foto: Andréa Iseki

“É uma sensação única, participei há quatro anos, mas dessa vez foi diferente, outro clima, estávamos com mais garra e coragem porque nosso presidente estava lá”, declarou a CSE na Ouro Fino, Maria Zélia Vieira Viana.

Leila Patrícia Santana do Nascimento, trabalhadora na Scania, que participou do evento pela terceira vez, acredita que renasce a cada Marcha. “Vir para a Marcha é como se eu nascesse de novo. Ver essas mulheres que vêm de muito longe com a alegria estampada no rosto me dá ainda mais ânimo para educar minha filha. E mostra que nosso Sindicato é atuante também na sociedade”.

Foto: Andréa Iseki

Já a militante Julia de Oliveira Gratão, trabalhadora na Volks, que esteve no evento pela primeira vez, garante que gostou muito da experiência. “Foi muito emocionante ver mulheres do Brasil inteiro pararem seus diversos compromissos para participar de uma luta que não é individual e sim coletiva, estamos voltando para casa muito mais inspiradas para continuar lutando”.

Margarida Maria Alves

O assassinato da paraibana que dá nome à Marcha, Margarida Maria Alves, completou 40 anos no último dia 12. A trabalhadora rural, nordestina e líder sindical, que rompeu com padrões tradicionais de gênero, foi morta a tiros, na porta de casa. Ela se transformou em símbolo de resistência e luta contra a violência no campo, pela reforma agrária e fim da exploração dos trabalhadores rurais.