Marcha reúne 50 mil em defesa da pauta da classe trabalhadora

“Ato emSão Paulo é simbólico”, diz Rafael

Cerca de 50 mil trabalhadores de todos os ramos filiados à CUT e às demais centrais sindicais ocuparam ontem as ruas do Centro da cidade de São Paulo para defender a pauta de reivindicações da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora.

A concentração aconteceu na Praça da Sé e seguiu, por volta das 11 horas, pelas Avenidas Brigadeiro Luis Antonio e Paulista, até o encerramento em frente ao vão do Masp, o Museu de Arte de São Paulo.

Esta é a primeira vez em que a Marcha é realizada em São Paulo – as anteriores foram em Brasília. “Trazer a Marcha para São Paulo é simbólico”, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques, durante o trajeto.

Segundo ele, no momento em que completam 50 anos do golpe militar, realizar o ato na capital paulista relembra a luta por democracia do início dos anos 80.

 “A Praça da Sé é um dos marcos históricos da luta pela redemocratização no Brasil. Foi onde começamos a construir o País que temos hoje, que cresce olhando para o povo”, disse Rafael.

Para o presidente do Sindicato, exemplos recentes dos avanços e conquistas dos trabalhadores são a política permanente de aumento real do salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda.

 “Queremos ampliar direitos com trabalho decente e distribuição de renda e não podemos admitir retrocessos”, defendeu Rafael.

Lição

O presidente da CUT, Vagner Freitas, elogiou a participação em massa dos trabalhadores na 8ª Marcha e a unidade registrada entre as centrais sindicais.

“Essa demonstração de unidade é a prova que podemos, mesmo com as diferenças, lutar juntos por uma pauta que defenda a classe trabalhadora”, destacou o presidente da CUT.

 “A organização do nosso ato, sem incidentes, é uma verdadeira lição de democracia e prova que é possível se manifestar sem violência”, concluiu Vagner Freitas.

Confira os principais pontos da pauta da 8ª Marcha

• Fim do fator previdenciário

• Defesa do sistema nacional de proteção ao emprego

• Redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salário

• Rejeição do Projeto de Lei 4.330, que precariza as relações de trabalho

• Igualdade de oportunidades e de salários entre homens e mulheres

• Manutenção da política de valorização do salário mínimo

Da Redação