Marcha reúne milhares de trabalhadores e trabalhadoras em Brasília por direitos

Ato organizado pelas centrais sindicais faz parte do calendário do 1º de Maio e da Jornada de Lutas da Classe Trabalhadora

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Milhares de trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias, idades e regimes de trabalho marcaram presença na Marcha da Classe trabalhadora em Brasília, no último dia 29. A caminhada pela Esplanada dos Ministérios, organizada pela CUT, outras centrais sindicais e entidades filiadas (confederações, federações e sindicatos), faz parte do calendário do 1º de Maio e da Jornada de Lutas. 

Ao final da marcha, os presidentes das centrais, entregaram ao presidente Lula a Pauta da Classe Trabalhadora. A pauta tem por objetivo, ao estabelecer prioridades para 2025, ser um referencial do movimento sindical para orientar mobilizações, negociações e atuações institucionais em níveis nacional, regional e setorial.

Também estiveram presentes o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, Gleisi Hoffmann, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

26 reivindicações e proposições

Fotos: Dino Santos

Entre as 26 reivindicações e proposições, quatro se destacam: a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.

Durante a marcha, dirigentes sindicais discursaram ao público sobre a necessidade de a classe trabalhadora estar sempre alerta e preparada para enfrentar os constantes ataques da extrema direita à democracia e, claro, aos direitos sociais e trabalhistas.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, incentivou os trabalhadores a se manterem firmes na luta por seus direitos. “A gente sabe que nenhum direito que a classe trabalhadora tem caiu do céu ou foi benefício dado por alguém, foi com muita mobilização e com muita luta”, lembrou.

“A carteira de trabalho com os direitos sociais, previdência, férias, tudo isso veio com muita luta. E agora nós temos uma pauta que para nós é fundamental no Congresso Nacional, que é a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. Hoje o fim da escala 6×1 é um tema que está no Brasil inteiro. Porque a pessoa trabalha seis dias, só tem um dia para ficar em casa, com a família, com os filhos. Então a pauta do fim da escala 6×1 é extremamente importante para a gente”, reforçou.

O presidente da CUT frisou ainda que o mundo moderno exige isso e que vários países, inclusive os desenvolvidos, reduziram a jornada de trabalho, adotaram a semana de quatro dias e, ao contrário do que se acredita, melhorou a produtividade dos trabalhadores, reduziu o número de acidentes de trabalho, de doença, melhorou a convivência em família, a sociedade ficou melhor.

Reformas Trabalhista e Previdenciária

“É preciso ressaltar que a direita e a extrema direita foram responsáveis pela reforma Trabalhista em 2017, que retirou mais de 100 direitos da Consolidação das Leis do Trabalho, permitindo a pejotização e a terceirização sem fim, e a reforma da Previdência de 2019 que aumentou o tempo de contribuição e diminuiu o valor de aposentadorias e pensões. Hoje é o movimento sindical que luta para não somente manter direitos como também para que eles sejam ampliados”, completou o dirigente.

Com informações da CUT