Marcha sobre Brasília: Manifestantes dizem que esforço vale a pena

Aumentou de dois para três mil pessoas o número de participantes da Marcha sobre Brasília. Mesmo com o desconforto de dormir no chão de galpões e barracas na Associação dos Servidores do Ministério da Educação e da Cultura, o pessoal não desanima. Tudo isso pela correção da tabela do Imposto de Renda e em nome de um salário mínimo de R$ 320,00.

Mas os militantes não reclamam. A sindicalista Carla Poso, por exemplo, deixou a filha Beatriz, de 8 anos, em Mogi das Cruzes, para participar da manifestação. “Como mãe, acredito em um mundo melhor para minha filha. Por isso acho que vale a pena o esforço”, explica.

O gaúcho Daniel Trindade viajou 36 horas entre Pelotas e Brasília. E também não reclama pois tem certeza que vale a pena defender os interesses dos trabalhadores. “Já conquistamos nosso maior objetivo, que foi a integração de todas as centrais sindicais em Brasília. Agora vamos levar nosso descontentamento em relação ao salário mínimo e à tabela do Imposto de Renda ao governo”, afirma.

A marcha começou segunda-feira passada, na cidade de Valparaíso, em Goiás, a 40 km de Brasília. Os participantes caminham 16 quilômetros, em média por dia, para chegar à Esplanada dos Ministérios amanhã.

O primeiro ato na capital federal será uma manifestação diante do Congresso Nacional exigindo a correção da tabela do Imposto de Renda e salário mínimo de R$ 320,00.

A seguir, as lideranças vão reunir-se com o presidente Lula para discutir os dois assuntos. Também hoje, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, prometeu dar a resposta da área econômica do governo sobre a reivindicação.