Marcha Zumbi+10 cobra promoção de igualdade

Milhares de integrantes de movimentos e entidades de combate ao racismo fizeram ontem, em Brasília, a Marcha Zumbi+10 Contra o Racismo, pela Igualdade e a Vida. A data foi escolhida porque comemorou também os 95 anos da Revolta da Chibata, movimento libertário comandado pelo marinheiro negro João Cândido, no Rio de Janeiro.

Sua filha Zelândia, de 81 anos, liderou os manifestantes em passeata que teve a presença de  44 metalúrgicos do ABC, mães de santo, rodas de capoeira, roupas coloridas e grupos musicais baianos.

Eles percorreram da Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional onde entregaram dossiê com os 10 anos (daí o nome do ato: Zumbi+10) das conquistas e avanços do movimento negro no País.

Reparação para igualdade

Os coordenadores da manifestação apresentaram também a reivindicação de ampliar o debate sobre a discriminação racial no País e cobraram o reconhecimento do conceito de reparação para implementar políticas de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial, além do compromisso de aprovação de lei do Senado que concede anistia póstuma a João Cândido e aos demais marinheiros participantes da Revolta da Chibata.

Para Zelândia, a manifestação teve o significado de resgatar a memória do pai e seus companheiros.

“O que mais me dói é ver o meu pai ser encarado por algumas camadas de brasileiros como um marginal e um louco”, disse.