Margaridas tomam ruas de Brasília em defesa da igualdade

Metalúrgicas do ABC participam da atividade por um Brasil mais justo. Lula recebe e envia carta de apoio às mulheres

Fotos: Divulgação

Elas aproveitaram a longa viagem para customizar adereços e costurar flores nos chapéus, para compor o mar de margaridas que tomou conta ontem da capital federal.  Após 16 horas da saída do Sindicato, o Coletivo das Metalúrgicas do ABC desembarcou no início da manhã de ontem em Brasília, para participar pela 3ª vez da tradicional Marcha das Margaridas, evento que está em sua 6ª edição e, desde 2000, vem se tornando uma das maiores manifestações mundiais organizadas por mulheres.

Lá as metalúrgicas se uniram às milhares de mulheres vindas de várias partes do país, das cidades, do campo, da floresta e das águas. O tema deste ano é: “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. Lula Livre também esteve entre as bandeiras do ato.

Foto: Allen Mesa

A atividade começou um dia antes com a Marcha das Mulheres indígenas que participaram de uma sessão solene na Câmara dos Deputados. Na manhã de ontem, por volta das 7h, as Margaridas iniciaram a marcha de cerca de 4 quilômetros que terminou com um grande ato em frente ao Congresso Nacional.

“Nem o sol, nem a distância nos impediram de estar aqui. Sentimos toda a emoção de ver aquelas senhoras do Norte, Nordeste, Amazonas, de todo o país em Brasília, marchando com um único objetivo de se contrapor a todas as violências que estamos vivendo. Essa experiência para as meninas das fábricas e das nossas convidadas foi muito importante”, declarou a coordenadora do Coletivo, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega.

Troca de cartas com Lula

Durante o ato, o ex-candidato à presidência da República, Fernando Haddad, leu a carta que as mulheres enviaram ao presidente Lula.

“Alimentamos a esperança de que sua liberdade está próxima e lutaremos para que ela venha muito em breve”. A carta diz ainda que as Margaridas estarão “nas ruas por sua liberdade e legado, Lula, afinal, como você mesmo nos falou: ‘eles jamais conseguirão deter a chegada da primavera´”.

Em resposta, o ex-presidente diz ter ficado “muito feliz” com a mensagem e lamentou não poder estar presente. “Queria estar com vocês mais uma vez na marcha. Será que outros presidentes que não os do PT marcharam com as mulheres do campo? Mas mesmo que eles coloquem paredes para me impedir de estar aí fisicamente, continuamos juntos, lado a lado, nessa marcha”, escreveu.

Da Redação.