Margem, documentário sobre a pandemia da Covid-19, é exibido na Sede

Filme narra jornada pessoal com consequências experimentadas pela população brasileira sob liderança desumana do ex-presidente Bolsonaro

Foto: Adonis Guerra

A exibição do documentário Margem, dos cineastas Domingo Antônio e Flávio Ermírio, durante reunião da direção plena sexta-feira, 9, na Sede, revisitou as perdas e lutas travadas durante a pandemia da Covid-19 dos autores da obra e de todos os presentes na atividade. O filme, de aproximadamente 13 minutos, traça a trajetória de um homem, interpretado por Domingos, em sua busca por superação enquanto enfrenta o luto pela morte de parente e amigos.

A narrativa entrelaça os fios dessa jornada pessoal com as consequências experimentadas pela população brasileira durante a crise, tendo como pano de fundo a liderança desumana do governo anterior. Domingos conta que o filme é endereçado ao enteado dele, de oito anos, sobre todos os momentos e sentimentos vividos na pandemia. “É sobre perdas, o espaço da ausência, mas também esperança, amor e desamor”.

Segundo o ator, Margem não oferece solução para o luto, mas tem o propósito de sustentar a continuidade da vida, apesar das vidas perdidas. “O filme aborda o tema do luto, delineia o trajeto em que sentimentos são exorcizados, explora espaços sacros, contemplando uma distante promessa de cura. Cada cena exposta nos afrescos das igrejas evocam um infinito que só encontra semelhança entre os mortais à dor da perda”.

Decisão política

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, lembrou durante o debate após a exibição do filme que tudo que foi feito pelo governo passado, ou não feito por ele, foi uma decisão política. “Vocês vão lembrar que na pandemia a orientação é que todos parassem suas atividades com lockdown. O que acontecia com o lockdown? Parava a economia. E aí eles tiveram uma decisão política de imunização de rebanho e a pessoa, a partir do momento que pegava Covid, teria imunização em tese”.

“Não usar máscara, tirar a máscara das crianças. Foi uma decisão política. A política que a gente discute todos os dias aqui no Sindicato. A lição que fica é que a extrema-direita leva à morte. A gente não pode esquecer o que aconteceu, até mesmo para podermos sempre lutar”, apontou Moisés. “Que a apresentação do documentário seja em memória daqueles irmãos e irmãs que perdemos, seja da nossa base e familiares que morreram durante esse momento trágico da história do mundo e da história do Brasil, em particular”.

Domingos

Ator com 20 anos de carreira, Domingos pode ser visto em papéis de destaque nas novelas Poder Paralelo e Máscaras, da TV Record. Fez séries como O Negócio, Som e Fúria e foi premiado por África da Sorte. No cinema, participou de mais de 30 obras, dentre longas e curtas-metragens, tanto no Brasil como no exterior, recebendo três prêmios por suas interpretações.

No teatro atuou em espetáculos na Europa, EUA e Brasil sendo premiado duas vezes. Na realização audiovisual, dirigiu e estrelou o curta-metragem Match, exibido no Canal Brasil, e o curta Margem, como co-diretor, que será exibido ainda em um circuito de festivais, Canal Brasil e muito mais.