Maria, uma voz em defesa do desenvolvimento

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Morreu no último sábado, 8, aos 94 anos, a economista e professora Maria da Conceição Tavares, uma das maiores referências da economia desenvolvimentista e social do país. Economista e escritora, Conceição Tavares nasceu em Portugal e veio para o Brasil em 1954, naturalizando-se brasileira em 1957.

Trabalhou no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como analista entre 1958 e 1960, ainda como estudante de economia na Universidade do Brasil. Foi durante o período da implementação do Plano de Metas, que impulsionou a industrialização no país, que Maria da Conceição Tavares iniciou sua extensa lista de contribuições ao desenvolvimento econômico e ao pensamento social no Brasil.

Pavimentou sua trajetória de análises críticas às teorias convencionais de desenvolvimento econômico e social. Avaliou os impactos e as limitações do plano de Juscelino Kubitschek, trazendo uma perspectiva crítica sobre a necessidade de um desenvolvimento econômico que fosse inclusivo e sustentável.

Publicou centenas de artigos e muitos livros que são referência até hoje no campo da economia. Suas obras abordam temas como industrialização, desenvolvimento econômico, política econômica e desigualdade social.

Foi uma crítica ferrenha das políticas neoliberais, argumentando que estas frequentemente resultam em aumento da desigualdade social e em desindustrialização. Seus trabalhos enfatizam a necessidade de políticas econômicas que priorizem o bem-estar social e a justiça econômica. Sua ausência deixa uma lacuna significativa no debate sobre as políticas econômicas e sociais do país.

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