Marinho considera manifestação vitoriosa

A Marcha sobre Brasília foi positiva, porque pautou os debates sobre o salário mínimo e o Imposto de Renda no governo, no Congresso Nacional e na sociedade.

A afirmação é do presidente nacional da CUT, Luiz Marinho, avaliando a Marcha, que unificou trabalhadores de diversas regiões do País e de todas as centrais sindicais.

Para Marinho, embora as centrais reivindicassem um mínimo de R$ 320,00, o valor anunciado é resultado desta mobilização.

“O salário mínimo previsto no Orçamento da União para 2005 era de R$ 283,00. Com todo o trabalho feito pela CUT ao longo deste ano e com a adesão das demais centrais sindicais à esta luta, conseguimos fazer o governo avançar para R$ 300,00”, afirmou o presidente da CUT.

Comissão
Outro saldo apontado por ele é a criação de uma comissão formada pelo governo, Congresso, empresários e trabalhadores para discutir a política de recomposição do mínimo.

Para Marinho também foi positivo o debate ser feito ainda este ano, quebrando a lógica anterior, de discutir o reajuste do salário mínimo apenas em abril e maio, quando o Orçamento da União já está consolidado.

Para o presidente da CUT, o ponto mais frágil das três bandeiras que motivaram a Marcha foi o que se refere ao funcionalismo público.

“Não conseguimos nada de concreto agora, mas vamos insistir para que ocorram negociações com os representantes dos servidores públicos ao longo do ano”, finalizou Marinho.

Mais R$ 2,4 bilhões do Orçamento
O valor de R$ 300,00 significa um impacto de R$ 2,4 bilhões no Orçamento, segundo o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.

Com a correção na tabela, a Receita Federal deixará de arrecadar R$ 2,6 bilhões, dinheiro que ficará no bolso dos trabalhadores.