Marinho registra queixa policial contra suposta invasão ´armada´ por adversário tucano
Candidato petista à Prefeitura de São Bernardo disse ter sido informado que grupos ligados ao seu oponente estariam organizando ocupação de terreno para responsabilizar PT e MST nesta reta final de campanha; Marinho lidera todas as pesquisas de intenção de voto.
Antonio Ledis
Marinho disse que esses boatos circulam na cidade desde a semana passada
O candidato à prefeitura de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), alertou nesta quarta-feira (22) que grupos ligados ao candidato Orlando Morando (PSDB) estariam organizando para esta semana uma ocupação de terreno em São Bernardo para fazer com que a responsabilidade da ação recaísse sobre o PT e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Para tanto, os participantes da ocupação usariam camisetas vermelhas, segundo o petista.
Marinho disse que esses boatos circulam na cidade desde a semana passada e que na segunda-feira, durante visita à Vila Vivaldi, mais pessoas confirmaram terem ouvido conversas nesse sentido.
Alerta geral – Orientado pelos advogados, o candidato petista elaborou Boletim de Ocorrência de preservação de direitos, além de enviar ofícios para alertar as autoridades eleitorais e as polícias militar e civil.
“O objetivo é desestimular uma ação como essa”, avisou o candidato do PT. Para ele, esse é um ato de desespero e de irresponsabilidade que precisa ser evitado.
Marinho disse que não vê ligação entre essa possível ação aqui na cidade e a acusação do governador Serra de que o PT estaria fazendo uso político da greve dos policiais civis. “Serra sabe que exagerou nas palavras ao acusar o PT”, esclareceu.
Luiz Marinho, no entanto, não acredita que uma possível ocupação em área da cidade possa prejudicar sua campanha. “Entendo que os eleitores já tomaram sua decisão, além da falta de credibilidade do adversário, que mentiu a campanha inteira”, comentou.
Armação – Às vésperas do segundo turno da campanha presidencial de 1989, o secretário de Segurança de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, apresentou os seqüestradores do empresário Abílio Diniz, dono do Pão de Açúcar, com camisetas do PT. As imagens foram mostradas incessantemente aos quatro cantos do mundo, numa mensagem que vinculava os seqüestradores ao candidato petista, na época Lula.
Não houve tempo do PT contestar aquelas imagens e tampouco a versão sobre o desfecho do seqüestro até o domingo da eleição.Lula perdeu a eleição para Collor. Nos dias seguintes, a verdade surgiu. Os seqüestradores, quase todos chilenos, não tinham vinculação política e o seqüestro não passou de crime comum.
Da Assessoria de Imprensa