Marinho terá maioria na Câmara, garantem petistas

PT elegeu seis vereadores, mas deverá contar com o apoio de três parlamentares que apoiaram o candidato petista no segundo turno

Os vereadores do PT de São Bernardo
afirmam que o prefeito eleito, Luiz Marinho, não terá problemas quanto à
governabilidade e a aprovação de projetos no Legislativo. A coligação de
Marinho elegeu seis vereadores, todos do PT. Porém, os apoiadores do segundo
turno conseguiram três cadeiras. O PPS, de Alex Manente, será representado por
Otávio Manente (ex-secretário de Obras) e Marcelo Lima (1º mandato). Já o PTdoB,
de Evandro de Lima, terá o posto ocupado pelo novato Estevão
Camolesi.

Assim, os pares pró-Marinho totalizam nove dos 21 vereadores.
No entanto, mesmo com a desvantagem, a expectativa no plenário é de reverter
este xadrez parlamentar com a adesão dos “novos” oposicionistas.

Isso
porque a bancada do PT, até então oposição ao governo do prefeito William Dib
(PSB), a partir de 1º de janeiro de 2009, passará a exercer papel de
sustentação. Por outro lado, os parlamentares do PSDB e do PSB, aliados ao atual
Executivo, pelo menos na teoria, vão desempenhar função de oposição.

Mas,
esse desenho ideológico ainda não está bem definido. Nesta quarta-feira (29), na
primeira sessão depois da vitória que marcou o retorno do PT ao comando da
prefeitura, o clima ainda era eleitoral.

De um lado, os petistas rindo à
toa, contando os dias para a chegada de novos tempos, afinal foram 12 anos
amargando a oposição e a minoria na Câmara. Já os atuais governistas se
posicionam na trincheira, e pelo menos por enquanto, aguardam ainda decisões
partidárias quanto à função que protagonizarão a partir do ano que
vem.

Para o vereador José Ferreira (PT), que na próxima legislatura
exercerá o sétimo mandato na Casa, Luiz Marinho não terá problemas quanto à
governabilidade. “Os vereadores novos estão dispostos a ajudar a governar a
cidade. O PSDB, por exemplo, eu já tenho conversado com alguns deles que já são
vereadores e foram secretários e eles falaram que estão abertos ao diálogo para
compor uma bancada para ajudar a cidade”, diz.

Já para Admir Ferro
(PSDB), ex-secretário da Educação e o parlamentar mais votado para o próximo
mandato, o papel do partido no Legislativo, a partir de 2009, ainda não está
definido. “Imagino que a executiva municipal deva convocar uma reunião para
discutir o posicionamento do partido. A minha opinião vai ficar restrita a
discussão interna e eu, como tucano, pretendo seguir as diretrizes do partido”,
afirma.

Com um discurso de oposição construtiva, o vereador garante que
se a legenda se opuser ao PT não fará as contrariedades da forma que os petistas
fazem atualmente. “O PT fez uma oposição, e eu posso dizer porque era secretário
(Educação), às vezes irresponsável com denúncias sem fundamento. Da minha parte
não espere isso. Se tiver que fazer oposição, farei de forma construtiva e não
ser contra apenas por ser”, pondera.

Nos bastidores, a informação
sussurrada entre os aliados é de que muitos oposicionistas já teriam sinalizado
aos interlocutores de Marinho que o petista “não terá problemas quanto à
governabilidade”. Porém, publicamente, ninguém admite a
possibilidade.

Segundo o presidente da Câmara, vereador Amedeo Giusti
(PV), o único projeto relevante que deve ser votado ainda este ano é o
Orçamento.

 Um fato que
chamou atenção também no plenário, nesta quarta, foi a presença do deputado
estadual e ex-candidato a prefeito Alex Manente (PPS). O socialista, apoiador de
Luiz Marinho no segundo turno, disse que compareceu ao Legislativo apenas para
rever os antigos amigos e não para costurar qualquer acordo com os pares. No
entanto, garantiu que durante esta semana, no retorno a Assembléia Legislativa,
articulará a favor de Marinho.

O socialista afirmou que, como as emendas
para o orçamento do Estado devem ser apresentadas até segunda-feira, fará, a
pedido do prefeito eleito, todas as conversas necessárias com os partidos
aliados para cravar emendas para São Bernardo. “Vamos prever recursos para a
habitação, especificamente, na CDHU, além de investimentos na saúde. O
governador José Serra disse que, independentemente do prefeito eleito, ele teria
por obrigação com a cidade a construção de um hospital estadual regional. Por
isso, é uma cobrança que nós já temos de pautar no orçamento para ver a
possibilidade de no próximo ano já ter esse hospital na cidade”,
expõe.

 

Do Repórter Diário