Massacre a moradores de rua continua sem desfecho
Passados mais de cinco meses dos ataques aos moradores de rua no Centro de São Paulo, que deixou sete mortos e oito feridos, não há pessoas indiciadas ou acusadas. Três policiais militares suspeitos chegaram a ser detidos, mas não foram incriminados por falta de provas.
Um segundo inquérito corre na Polícia Civil e as investigações agora têm a participação do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Com esse reforço, o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral de Rua Paulo, acredita na possibilidade do caso ser esclarecido. “Esperamos que as investigações dêem resultado e que possamos entender o que de fato aconteceu. Quem são os mandantes e executores desses crimes que acabaram conhecidos como o Massacre da Sé, disse o religioso.
Lancellotti demonstrou preocupação com a demora em identificar e punir os responsáveis. “Passado tanto tempo, fica mais difícil obter testemunhas que acompanharam os fatos e preservar o que aconteceu. A questão é que os moradores de rua estarão sujeitos a novas ondas de violência”, explicou.
Nada muda
Em sua opinião, apesar da grande cobertura da imprensa, nada alterou a realidade dos moradores de rua. “Por isso precisamos discutir políticas públicas”, acrescentou.
Estima-se que o número de moradores de rua alcance a quase 11 mil pessoas só na cidade de São Paulo. Os ataques na região da Praça da Sé ocorreram entre 19 e 22 de agosto passado. Todas as vítimas sofreram golpes na cabeça.