Massacre do Carandiru: Absolvição de coronel da PM mancha a imagem do País

A absolvição do coronel Ubiratan Guimarães pelo massacre do Carandiru teve repercussão negativa, expondo mais uma vez a imagem do Brasil pela violação aos direitos humanos.

Brasil pode ser punido internacionalmente

A absolvição do coronel da PM, Ubiratan Guimarães, pelas 111 mortes no Pavilhão 9 do Carandiru teve repercussão internacional negativa, expondo mais uma vez a imagem do Brasil pela violação sistemática aos direitos humanos.

Várias entidades em defesa dos direitos humanos vão denunciar à Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a falta de responsabilidades pelo massacre.

A demora no julgamento e a falta de punição dos acusados já haviam levado a Comissão de Direitos Humanos da OEA a condenar o Brasil no ano passado.

Agora, o caso pode ser submetido à Corte Interamericana, e o País pode sofrer sanções.

A Anistia Internacional lembra que nenhum dos 84 PMs foi levado a julgamento, ninguém foi preso, nenhuma família foi indenizada e não foram adotadas medidas de mudança do sistema prisional recomendadas pela Comissão Interamericana.

“Além disso, não foram feitas tentativas para apurar responsabilidades do então governador ou do secretário de segurança pública”, diz o documento da Anistia.

Para o coordenador do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, a decisão da Justiça dá licença aos policiais para matar.

“A partir de agora eles podem entrar em unidades prisionais e unidades da Febem, matar pessoas e estarão no cumprimento do dever, o que é realmente um absurdo e gera um constrangimento internacional”, comentou ele.

Ariel lembrou que 80% dos presos do Pavilhão 9 sequer tinham sido julgados e 85 deles foram baleados pelas costas.