Médicos suspendem consulta a planos de saúde no dia 10
A partir de quarta-feira (10), médicos de todo o País vão suspender atendimentos às operadoras de saúde, inclusiove no ABC.A mobilização, coordenada no Estado de São Paulo pela APM (Associação Paulista de Medicina), seguirá até o dia 18. Nesse período, só urgências e emergências serão mantidas.
Em São Paulo há 110 mil profissionais da saúde em atividades. Desse total, cerca de 10 mil atuam no Grande ABC, estimou o diretor de defesa profissional da APM de Santo André, Airton Gomes. Ele conta que a mobilização é em protesto à falta de reajuste nos valores pagos pelas consultas. “Nos últimos anos os planos de saúde foram reajustados em 150%, aproximadamente. Porém, o custo da consulta só subiu 50%. No Estado, pleiteamos R$ 80 por atendimento.”
A categoria reivindica ainda a atualização dos valores pagos aos procedimentos conforme a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) e reajuste anual.
Gomes explica que algumas companhias já iniciaram a trajetória de aumento, pagando cerca de R$ 60. “Por isso que nossa mobilização só atingirá algumas empresas.”
A associação paulista informa que, pelo calendário inicial que foi estabelecido, no primeiro dia todos os médicos vão suspender as consultas. De tal forma que, até o dia 18, cada especialidade pare as atividades por um dia (veja cronograma acima). “São Paulo está em consonância com o movimento nacional, que terá ações em diversos Estados e regiões. O mês do médico será marcado pelo posicionamento firme da classe em busca da valorização de seu trabalho, sempre em prol do atendimento de qualidade”, destacou o presidente da APM, Florisval Meinão.
É importante ressaltar que o atendimento será suspenso apenas a um grupo de operadoras, que não teriam negociado o reajuste. São elas: Golden Cross; Green Line; Intermédica, Itálica; Metrópole; Prevent Sênior; Santa Amália; São Cristóvão; Seisa; Tempo Assist; Trasmontano e Universal.
A associação, juntamente com a AMB (Associação Médica Brasileira), Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e CFM (Conselho Federal de Medicina), enviou às operadoras, à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e ao Ministério da Saúde cartas avisando sobre a paralisação.
A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) disse, por meio de nota, respeitar a manifestação dos médicos em defesa do que entendem por seus direitos e ressaltou que “as associadas da federação praticam reajustes regulares para os procedimentos e consultas, com índices acima da inflação e, muitas vezes, acima do teto estabelecido pela ANS”.
“No acumulado de 2005 a 2011, os honorários dos médicos credenciados às operadoras associadas aumentaram em 71,56%, enquanto que a inflação acumulada (IPCA) foi de 41,88% e o índice do reajuste da ANS, 66,48%”, disse a entidade. “Essa postura demonstra respeito à categoria profissional e, consequentemente, aos beneficiários dos planos de saúde. Mas vale destacar ainda que a FenaSaúde não negocia valores de honorários com entidades, o que é feito diretamente entre as operadoras e os prestadores de serviços médicos”, complementou.
Do Diário do Grande ABC