Medidas do governo freiam crescimento das vendas
Com 289 mil veículos, ritmo de abril foi 5,5% inferior ao março
A Fenabrave, entidade que representa os distribuidores de veículos, divulgou nesta terça-feira, 3, que houve queda de 5,5% nas vendas em abril na comparação com março para 289.213 unidades, considerando modelos leves, caminhões e ônibus. O volume, no entanto, ficou 4,1% acima do anotado no mesmo mês do ano passado.
O presidente da entidade, Sergio Reze, pondera que o último mês teve dois dias úteis a menos do que o anterior e que a média diária de abril foi levemente maior. “Se o número de dias fosse o mesmo haveria um avanço de 3%”, analisa. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano os distribuidores de veículos registraram crescimento de 4,5%, com 1,065 milhão de unidades emplacadas.
Apesar disso, o dirigente observa que a tendência de queda se apresentou no último mês em todos os segmentos, inclusive no de caminhões, que crescia a passos largos até então. Para Reze, o movimento é consequência das medidas tomadas pelo governo para desacelerar a economia e evitar a inflação: o aumento do IOF e do custo dos financiamentos de longo prazo. “Não se surpreendam se a partir de agora o crescimento das vendas se estabilizar em um nível inferior ao registrado até agora”, avisa o executivo.
A notícia não é ruim, mas forçará a indústria automotiva a encontrar um novo equilíbrio. “Isso é bom para nós e para o País. Prefiro um crescimento menor mas sustentável”, defende o presidente da Fenabrave. Segundo ele, o ideal seria uma expansão moderada, com avanço das vendas e da produção no mesmo ritmo.
Projeção
Apesar de esperar por um impacto significativo das medidas econômicas sobre o setor automotivo, a Fenabrave prefere esperar o cenário se desenhar com mais clareza para fazer uma possível revisão das projeções para 2011. “Vamos ver como será o mês de maio”, diz Reze.
Por enquanto a entidade aposta em um aumento de 4,2% nas vendas veículos leves este ano, com 3,46 milhões de unidades, expansão de 15,2% no emplacamento de caminhões, com 181.593 unidades, e de 10,3% no setor de ônibus, para 31.234 veículos.
Da Automotive Business