Medidas surtem efeito e aliviam mercado

Especializado em economia, jornal Valor Ecônomico afirma que dinheiro voltou a fluir, a queda das ações é menos frequente, a bolsa brasileira subiu 37,76% e o dólar recuou para R$ 2,11

O dinheiro voltou a fluir, a queda das ações é menos freqüente, a bolsa brasileira subiu 36,76% e o dólar recuou para R$ 2,11
As medidas para impedir o agravamento da crise financeira estão surtindo efeito. O dinheiro começou a fluir entre as instituições financeiras globais e o alívio foi saudado pelos mercados acionários com altas que já duram vários dias consecutivos. A queda das ações é menos freqüente, menos brusca e menos acentuada do que em outubro, quando as cotações foram ao fundo do poço.
A bolsa brasileira, uma das mais castigadas pela fuga dos investidores externos, recobrou parte do vigor. Desde 28 de outubro, em seis pregões, ela recuperou 10.819 pontos, com valorização de 36,76%. Ontem, subiu 5,64%. Sob sucessivas intervenções do Banco Central, o dólar recuou 2,56% ontem, para R$ 2,1120, já 11,26% abaixo da cotação máxima a que chegou em 22 de outubro (R$ 2,38). A magnitude das oscilações diárias diminuiu bastante.
Depois de um dos piores meses de toda a história dos mercados acionários, os principais índices de ações dos países desenvolvidos, como o S&P 500, Nikkei 225 e FTSEurofirst 300, subiram mais de 20% nos últimos dias. O EMBI, que mede o grau de risco dos países emergentes pelo spread dos títulos em relação aos do Tesouro americano, declinou cerca de 280 pontos desde seu pico, em 24 de outubro.
Após movimento persistente de alta que desequilibrou moedas no mundo inteiro, especialmente em países emergentes, o dólar ontem caiu no mundo todo. Em meio ao que o mercado batizou de “rali Obama”, a moeda americana levou o maior tombo em relação ao euro desde que a moeda européia foi criada, em 1999. Isso deu um forte empurrão nas commodities, puxadas pelo petróleo, que subiu mais de 10% e chegou a R$ 70 o barril.
A desconfiança generalizada entre os bancos cede lugar a uma progressiva volta dos empréstimos. A Libor para financiamentos em dólar por três meses caiu pelo 17º dia consecutivo e se situou em em 2,71% – retornando ao nível anterior à quebra do Lehman Brothers, em 15 de setembro, que trouxe pânico e caos aos mercados. No auge da crise, atingiu 4,8%.

Apesar do otimismo, há uma nova onda de más notícias. Se a crise financeira foi suavizada, por outro lado a retração das principais economias do mundo apenas começou e fará mais estragos nos mercados globais.

Do Valor Econômico