Medo e sofrimento no trabalho
A falta de segurança na operação de máquinas e equipamentos, na própria estrutura do processo produtivo (e aí incluindo os problemas ambientais) e as questões organizacionais são fatores determinantes de sofrimento no trabalho.
Causas comuns
Muitas vezes encaramos o sofrimento no trabalho como algo distante de nós, de difícil diagnóstico e que é provocado por situações muito especiais. Isso não é verdade. A maioria dessas situações faz parte do dia-a-dia dos trabalhadores em todos os campos de trabalho.
Medo e falta de poder
Sem dúvida o medo é um dos grandes determinantes do sofrimento e decorre em primeiro lugar da perda da capacidade produtiva por um acidente ou doença no trabalho. A essa perda soma-se a angústia da discriminação, a falta de perspectiva de uma nova colocação profissional e a garantia futura de sustento e sobrevivência.
Também falta aos trabalhadores o poder para corrigir a ausência de proteção em máquinas e equipamentos, a presença de condições ambientais nocivas à saúde e a presença de fatores organizacionais de pressão e autoritarismo. Falta ainda liberdade para o trabalhador manifestar seu medo e, em último caso, recusar-se ao trabalho em situação de risco.
Responsabilidade
Além de tudo isso, para as empresas, segurança e saúde são questões que dependem da capacidade dos trabalhadores em identificar os possíveis riscos, avaliá-los e praticar ações para evitá-los ou controlá-los, tornando os trabalhadores os responsáveis nos casos de acidentes e doenças.
Obrigação é da empresa
Vale lembrar que essa obrigação é das empresas que, além de ter o conhecimento de todos os riscos dos processos produtivos, é quem tem poder e meios de eliminá-los. A nós, cabe exigir que elas cumpram seu papel legal, moral e social de garantir segurança e dignidade para quem trabalha.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente