Melhoria de vida?…Pra quem?
É impressionante como os modismos contaminam as gerências das empresas a tal ponto que passam a defender mentiras como verdades absolutas, num claro sinal de emburrecimento coletivo.
Recentemente, uma empresa da base lançou um programa de melhoria da qualidade de vida em que um dos pontos é a implantação de turnos fixos de trabalho. Nesse programa são abordados oito pontos em que o trabalhador só teria vantagens em acabar com o revezamento e passar a um regime de turnos fixos.
Vale ressaltar que essa empresa é uma das consideradas grandes e deveria ter uma assessoria com o mesmo pressuposto de qualidade que ela quer agregar aos seus produtos. Assim, alguém alertaria para essa coletânea de barbaridades que ela chama de melhoria da qualidade de vida.
O trabalho noturno é objeto de grande variedade de estudos acadêmicos que são unânimes em concluir que trabalhar à noite é prejudicial à saúde. Ele requer mais esforço físico e mental, expõe a maior risco de acidentes e erros, e mesmo nas situações em que é possível um sono de boa qualidade e duração durante o dia, traz ao longo do tempo prejuízos irreparáveis à saúde dos trabalhadores.
O trabalho noturno é sempre uma extensa fonte de problemas para a saúde, seja ele em turnos fixos ou rodiziantes mas, toda vez que a organização de uma atividade, implicar em trabalho noturno o revezamento é sempre preferível ao trabalho noturno em turno fixo.
Ainda assim, o turno da noite deve ter a menor duração possível e ser sucedido sempre pela folga semanal. O rodízio deve ser sempre no sentido manhã/tarde/noite e haver flexibilidade para trocas, e ter programado períodos de pausa com cochilo, para diminuir a sensação de fadiga.