Memória, história e democracia

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Nossas lembranças da memória relampejam no perigo quando os cadáveres do passado saem de suas tumbas e voltam a nos assombrar. Assim tem ocorrido com a ressurgimento da extrema direita em todo o mundo. No Brasil, torturadores do período ditatorial voltaram a ser exaltados nas redes sociais e, até por parlamentares, que eleitos pelo voto popular, jamais deveriam fazê-lo.

A memória do passado é um campo de disputa permanente entre as classes sociais, entre vencedores e vencidos. A ditadura militar, que imaginávamos estar sepultada, passou a ser relembrada com saudosismo pelos coveiros da democracia, ressurgindo dos escombros do passado e reanimada por aqueles, que também imaginávamos, estarem devidamente derrotados politicamente pelos novos ventos impulsionados pelas grandes mobilizações em defesa da democracia, que marcaram as últimas décadas do século passado, com destacado protagonismo do sindicalismo combativo e dos partidos de esquerda, em especial, o Partido dos Trabalhadores.

O conjunto da sociedade organizada, que tomou para si a tarefa de reconstruir a democracia no Brasil, continua com o desafio de manter viva a memória política em que a democracia e a soberania popular formam forças orientadoras de uma visão de mundo pautada no respeito aos direitos humanos, na solidariedade, tolerância política, respeito ao meio ambiente e inclusão social.

No dia 06 de outubro próximo, teremos o primeiro turno das eleições municipais em todo o país num ambiente de grande polarização política, responsável em grande parte, pelos tumultos que caracterizaram os debates entre os candidatos ao longo da campanha eleitoral provocados pelos de extrema-direita. Não podemos deixar que o oportunismo político interessado em desestabilizar a democracia e caricaturar a política saia vitorioso no próximo pleito.

Departamento de Formação