Memória: Marcha contra miséria atravessa o Brasil

Há 84 anos, a Coluna Miguel Costa-Prestes deu por encerrada sua marcha de 25 mil quilômetros pelo interior do País. Depois de percorrer 11 Estados, seus participantes se exilaram na Bolívia e no Paraguai.

Durante dois anos e meio, o grupo que chegou a ter 1.500 pessoas, atravessou o Brasil denunciando a miséria a que estava submetida à população e pedindo apoio para derrubar o presidente Artur Bernardes.

A coluna se formou em Foz de Iguaçu, em abril de 1925, e no início de fevereiro de 1927, deixou o País. Ela enfrentou mais de 100 combates com tropas do Exército, forças policiais e tropas de jagunços. Adotando estratégias militares modernas e táticas de guerrilha, ela nunca foi derrotada.

A marcha não conseguiu convencer a população a pegar em armas por reformas políticas e sociais. Sua ação, no entanto, abalou o prestígio da Primeira República, preparando a Revolução de 1930 que colocou Getúlio Vargas na Presidência.

Coluna projeta nome de Prestes
A Coluna foi a maior ação do tenentismo, movimento militar que contava com a adesão de operários, funcionários públicos e pequenos proprietários, todos excluídos do poder. Os oficiais defendiam bandeiras populares como o voto secreto, o ensino público obrigatório e saneamento básico.

O líder da coluna foi Miguel Costa, mas ela projetou o nome do tenente Luís Carlos Prestes como o Cavaleiro da Esperança, aquele que defende a liberdade política e a justiça social.

Da Redação