Memorial aos trabalhadores mortos em Osasco

Na sexta-feira passada,
foi inaugurado um
memorial em Osasco em
homenagem a três trabalhadores
mortos durante a
ditadura militar no País.

O memorial faz parte
de projeto desenvolvido
pela Secretaria de Direitos
Humanos como forma de
recuperar a história recente
do Brasil.

A inauguração completa
a programação que
comemora os 40 anos da
greve ocorrida na cidade,
em 1968, que mobilizou
cerca 12 mil trabalhadores.

O movimento grevista
de Osasco foi encorajado
pela greve deflagrada
em Contagem (MG), pelo
trabalhadores na Belgo
Mineira, que ocuparam a
siderúrgica para reivindicar
25% de reajuste salarial.

No terceiro dia a greve
se expande para a Mannesmann,
SBE e Belgo de
João Monlevade e soma 16
mil trabalhadores. A luta é
vitoriosa e o governo militar
baixa decreto com 10%
de aumento.

Estímulo – O resultado da paralisação
incentivou os 10 mil
metalúrgicos de Osasco.
Em julho, eles cruzam os
braços e ocupam a autopeças,
em novo desafio
à política econômica da
ditadura, e a greve se estende
entre o pessoal na
Braseixos, Arreto Keller,
Granada, Lona Flex e
Brow Boveri.

Mas, desta vez, o governo
endurece e não negocia.
Os trabalhadores continuam
ocupando as fábricas
e o movimento é declarado
ilegal pela Justiça.

A partir da ilegalidade,
o Exército passa a controlar
as entradas da cidade e
invade as fábricas. Vários
trabalhadores são presos,
a greve acaba e o governo
intervém no Sindicato.

Em dezembro de 1968,
o governo baixa o Ato Institucional
nº 5 e restringe
ainda mais as liberdades
políticas do País.