Mensalistas na Mercedes aprovam protocolo de entendimento para home office e luta por cargos e salários

Sindicato realizou assembleia na fábrica e plenária na Sede da entidade para ouvir as demandas dos 1700 companheiros e companheiras

A rua interna em frente ao prédio 54 na Mercedes, em São Bernardo, onde fica a presidência da montadora, ficou lotada em assembleia na manhã da última quarta-feira, 27. Trabalhadores e trabalhadoras mensalistas aprovaram a luta pela transparência de cargos e salários aos 1700 companheiros e companheiras na fábrica.

Até chegar ao local para a atividade, todos da área de Engenharia e Desenvolvimento fizeram uma caminhada pela produção em mobilização à reivindicação. O presidente do Sindicato e CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Mercedes, Moisés Selerges, declarou que este é um recado gigantesco dado à fábrica.

“O que nós queremos é uma política de salário onde cada função da área mensalista seja encaixada em uma tabela, que tenha um piso e uma evolução para que chegue ao teto com critérios justos e, principalmente, que o trabalhador saiba como será avaliado. Todos precisam saber até onde podem chegar, é transparência o nome disso”.

No protocolo

Na noite de 1° de novembro, também foi aprovado, em plenária na Sede do Sindicato, protocolo de entendimento para o home office. Com vigência de julho de 2024 a julho de 2026, proposta garante que o trabalho seja realizado de maneira remota, de um a três dias, com justificativa técnica do gestor no setor da montadora, considerando as normas de trabalho e tecnologias existentes.

Ao ler as cláusulas durante conversa com os trabalhadores, Moisés destacou que considera-se trabalho híbrido aquele em que há alternância entre dias em que um companheiro trabalha nas dependências da empresa e em home office com a utilização de tecnologia da informação e comunicação. “Sua adoção deverá constar no contrato de trabalho e este regime poderá ser alterado a qualquer tempo”. Ainda serão aplicáveis, dentre outros pontos, todas as condições de jornada, de banco de horas e flex time existentes e regulamentadas em acordos coletivos próprios firmados entre as partes.

Representação

A CSE na montadora, Priscila Rozas, declarou a importância da participação de todos e todas tanto na plenária quanto na assembleia. “Essa união é o atendimento das chamadas que o Sindicato faz e isso contribuiu para que a empresa negociasse com o CSE até chegarmos ao resultado apresentado e aprovado por vocês. Reforço: nenhuma luta é fácil, mas os mensalistas estão unidos e dispostos a conquistar a transparência salarial. É uma construção que a cada dia avançamos um pouco mais, com o apoio e a confiança de todos”, destacou Priscila.

Mensalistas

A trabalhadora mensalista Letícia Prado de Martino, da área de Comércio Exterior e Alfândegas, contou que a garantia do sistema híbrido de trabalho permite um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. “Atende às demandas atuais por um modelo de trabalho com regras claras e adaptado à realidade pós-pandemia. Com certeza vai contribuir para a melhoria da produtividade, satisfação dos trabalhadores e retenção de talentos na Mercedes”.

Pedro Augusto Domingos, mensalista na área de Apuração e Reporte de Impostos Indiretos, contou que os trabalhadores passaram por um processo desafiador até a pandemia e, com união, conseguiram atravessar esse período de dificuldade. “Agora é o momento da fábrica voltar o seu olhar ao trabalhador e reconhecer o seu capital humano. Acredito que podemos ter uma política de evolução salarial e essa será nossa próxima conquista”.