Mentalidade de “sala de guerra”: como gigantes automotivas estão enfrentando a escassez de chips da Nexperia
Montadoras globais estão se preparando para uma possível escassez de semicondutores automotivos. A indústria enfrenta problemas recorrentes na cadeia de suprimentos desde 2020, mas, desta vez, o temor de interrupções decorre das tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China. O problema envolve chips da fornecedora holandesa Nexperia, controlada pela empresa chinesa Wingtech Technology Co., mas que foi assumida recentemente pelo governo da Holanda. A Honda Motor foi a primeira montadora a anunciar redução na produção.
Executivos esperavam que a reunião desta semana entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping aliviasse a situação, mas nenhuma solução foi anunciada. A Volkswagen afirmou na quinta-feira que seus estoques devem durar até a próxima semana, enquanto outras montadoras disseram monitorar a situação 24 horas por dia para tentar mitigar os impactos.
Segundo o CEO da Stellantis, Antonio Filosa, a empresa criou uma “sala de guerra” para gerenciar o problema: “A situação dos chips da Nexperia é acompanhada diariamente. Temos uma equipe multifuncional dedicada a isso, e todos os dias impulsionamos ações e projetos para estender nosso prazo”, afirmou durante teleconferência com investidores.
As montadoras alemãs são particularmente afetadas, por dependerem fortemente de fornecedores locais, conhecidos como “Tier 1”, e de fábricas regionais como a Nexperia — apesar de parte significativa da produção ter sido transferida para a China. A Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ACEA) alertou que algumas montadoras estão perto de interromper as linhas de montagem.
Do Times Brasil