Mercadante fala sobre desenvolvimento sustentável no Congresso da CNM


Foto: José Alfredo

O tema que pauta o 8º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT “Organização Sindical e Desenvolvimento Sustentável”, foi debatido na manhã desta quinta-feira (28), no Hotel Caesar Park, em Guarulhos-SP. Participaram da mesa, o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

Ao abordar o tema, Artur lembrou aos delegados e delegadas sobre a importância que o Congresso tem ao debater o papel e inserção dos trabalhadores neste debate, quem é algo que nem sempre é garantido na construção de um novo modelo de produção.

“Não estamos tratando do ponto de vista do crescimento econômico, mas de toda uma reconfiguração da sociedade. O fundamental é o desenvolvimento sustentável, este segundo ficou preso por um tempo apenas a sustentação econômica e não levando em consideração o social e o ambiental.”

Segundo o presidente da CUT, para se debater um novo modelo de desenvolvimento sustentável é necessário um Estado com o papel central de indutor deste desenvolvimento.

“Os países ricos exigem que os em desenvolvimento segurem o consumo para não aumentar a produção. Essa imposição é um erro, mas temos que levar em conta a forma de produção, não deixando de nos preocupar com isso.”

Ele lembrou que as mudanças no mundo do trabalho ocorrerão nesse processo e que é necessária a participação dos trabalhadores neste processo. “Ainda não temos democracia nas relações de trabalho no Brasil. Temos diversos casos de práticas antissindicais que seriam facilmente resolvidas se tivéssemos estruturas de negociações permanentes com as empresas”.

Trabalhadores mudaram o país
O Ministro Aloizio Mercadante começou seu discurso dizendo que a CUT foi fundamental para as transformações econômicas e sociais que aconteceram no Brasil nos últimos anos.

Na primeira metade do século (1901-1950) o Brasil crescia a uma taxa de 4,5% ao ano. No segundo período (1951-1980) a 7,2%. Depois, a partir dos anos 80 a taxa média de crescimento ficou em 2%. “A CUT nasce nesse processo, com a mais alta inflação da história. A grande conquista nesse momento foi a redemocratização. Não tínhamos nem a memória do que era uma eleição presidencial ou de como funcionava uma central sindical. No período que a CUT surgiu, começamos a viver temos uma inflexão histórica de um novo desenvolvimentismo (3,5%).”

Ao citar o novo momento da economia brasileira, que registrou amplo crescimento nos últimos anos, o ministro citou entre outros exemplos, a redução da vulnerabilidade externa, a redução da dívida pública e o crescimento da renda dos trabalhadores, que gerou uma onda de consumo em massa, além da consolidação da soberania brasileira no cenário internacional. Mas segundo ele, ainda há diversos gargalos a serem supridos no país.

“É preciso investir em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil possui a maioria das montadoras importantes, mas não tem sua própria montadora. Devemos exigir que as montadoras fizessem pesquisa e desenvolvimento no Brasil com políticas públicas”, citou.

Mercadante afirmou, entre outros exemplos, que ainda falta nacionalizar o registro de patentes. “Hoje o Brasil se destaca na produção acadêmica, entretanto isso não se reverte em desenvolvimento de produtos nacionais.”

Ele contou aos cerca de 500 delegados e delegadas participantes do Congresso, que o governo tem firmado parcerias com empresas multinacionais para a implantação de plantas no país, com a contrapartida de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. “Nesse sentido, é muito importante que a CUT apoie o governo no que diz respeito aos royalties oriundos do Pré-sal, em especial no debate no Congresso Nacional sobre a destinação para educação e tecnologia”, finalizou.

No período da tarde, os metalúrgicos e metalúrgicas dividem-se em sete grupos temáticos para a formulação de propostas de resolução que serão levadas para votação nesta sexta-feira (29), último dia do 8º Congresso Nacional da CNM/CUT.

Da CNM/CUT