Mercado de trabalho avança em qualidade em 2009 apesar da crise mundial, diz Ipea
O mercado de trabalho do País avançou em aspectos qualitativos em 2009, em relação a 2008, apesar dos efeitos negativos da crise financeira internacional no País, que ampliou a taxa de desemprego no ano passado. É o que revela o comunicado “Pnad 2009 – Primeiras Análises: O mercado de trabalho brasileiro em 2009”.
O documento, apresentado pelo economista Carlos Henrique Corseuil nesta quinta-feira (23), é uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre dados do mercado de trabalho compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado.
Em 2009, a taxa de desemprego subiu mais de um ponto porcentual em relação a 2008, mas o grau de informalidade atingiu o menor patamar da década (48,45%) no ano. Para tanto contribuiu a variação absoluta nos postos de trabalho considerados protegidos (com carteira assinada, militares e estatutários) ter sido superior à variação de ocupados, diz o Ipea.
No ano passado, houve aumento de 680 mil pessoas no bloco da população ocupada, abaixo do aumento de 2,5 milhões de pessoas registrado em 2008, ambos na comparação com o ano anterior. Outro fator que pode explicar o crescimento da taxa de desemprego para 9,1% no ano passado é que as pessoas teriam passado a procurar mais emprego, segundo o Ipea.
O comunicado também revela que trabalhadores com maior grau de estudo ganharam mais espaço no mercado de trabalho. Aumentou em 15 pontos porcentuais a participação de pessoas com 11 anos ou mais de escolaridade na composição da força de trabalho entre 2001 e 2009.
Já para a faixa de até três anos de escolaridade, foi registrada queda de 9 pontos percentuais e para a de quatro a dez anos, redução de seis pontos percentuais. Para o Ipea, isso se deve à combinação da maior escolaridade dos entrantes no mercado de trabalho com a maior procura das empresas por trabalhadores mais qualificados.
Os dados do comunicado revelam ainda que o rendimento real médio de todos os trabalhos atingiu R$ 1.068,39 no ano passado, o maior valor desde 2001. O crescimento está relacionado ao aumento da participação de pessoas escolarizadas entre os ocupados.
O setor de transporte e a indústria foram os que mais sentiram os efeitos da crise no mercado de trabalho. Nesses dois segmentos, verificou-se um decréscimo da população ocupada de 3,5% e 2,2%, respectivamente. Os demais apresentaram crescimento, com destaque para serviços (7,1%), administração pública (4,8%) e comércio (2,5%).
Embora tenha sido registrada elevação de 3,4% na massa de rendimentos entre 2008 e 2009, houve uma diminuição do ritmo de crescimento. Entre 2001 e 2009, esse agregado teve um aumento de 34,6%. De 2003 a 2009, a taxa média da trajetória de crescimento foi de 5,9% ao ano.
Do Portal Brasil