Mercado de trabalho brasileiro resiste a crise internacional
Segundo pesquisa do IBGE, a quebradeira lá fora não fez efeito sobre o setor em setembro
O resultado do mercado de trabalho em setembro demonstra que a crise não teve efeito no setor no mês em que a turbulência se intensificou na economia mundial.
Para o Cimar Azeredo, responsável pela Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada nesta quinta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego de 7,6% ficou dentro do esperado. Ele destacou ainda o aumento do nível de ocupação observado em setembro.
“O mercado não mostra efeito de crise, tanto em termos de ocupação e desocupação. Em termos de ocupação, os dados de criação de postos de trabalho foram bons, houve contratações entre agosto e setembro. Ainda não se sente a crise, mas não dá para dizer que o mercado de trabalho está blindado”, afirmou.
De agosto para setembro, foram criados 159 mil postos de trabalho. De setembro de 2007 para cá, foram mais 729 mil vagas. Segundo Azeredo, o aumento de 0,7% na população ocupada é expressivo e mostra que ainda não se observa grandes efeitos da crise no mercado de trabalho.
De janeiro a setembro, a taxa de desemprego média é de 8,1%. No mesmo período em 2007, esse índice chegou a 9,7%. Para Azeredo, somente uma “situação bastante atípica” impedirá que a taxa de desemprego de 2008 não seja a melhor da série histórica, iniciada em 2002. O menor índice observado em um ano foi de 9,3%, no ano passado.
“Os dados históricos mostram que, no final do ano, há uma grande pressão sobre o mercado de trabalho, com jovens procurando empregos temporários. Sempre espera-se um incremento do mercado.”
Outro dado positivo do mercado ressaltado por Azeredo foi o rendimento médio do trabalhador, que chegou a R$ 1.239,12 em de janeiro a setembro, 3,2% acima dos R$ 1.200,72 observados em igual período no ano passado. Em setembro, a renda média do trabalhador foi de R$ 1.267,30.
“A inflação em queda e o aumento do nível de emprego com carteira assinada, com 105 mil postos a mais, foram decisivos para que a renda do trabalhador subisse”, observou Azeredo.
Das Agências