Mercado de trabalho deve ser considerado em acordos internacionais
Em reunião mantida na última quarta-feira, dia 4, em Brasília, com representantes da CUT e demais centrais sindicais, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC, Armando Monteiro, apresentou o Plano Nacional de Exportação, o PNE, que será lançado este mês (foto).
Segundo o presidente do Sindicato, Rafael Marques, que participou do encontro com o ministro, a intenção é que os sindicalistas contribuam na construção do Plano, que será o principal projeto do Ministério para este ano.
“O Plano está sendo elaborado e o ministro garantiu que quer ampliar os espaços de diálogo para além dos empresários e incluir as centrais no debate”, contou.
Rafael avaliou que esse é um ponto muito importante porque leva em consideração a opinião dos trabalhadores.
Além disso, Monteiro reiterou que não haverá intervenção do governo federal para baixar o câmbio.
“O ministro afirmou que o câmbio ficará neste patamar no próximo período e isso ajuda na recuperação do mercado externo”, destacou.
Para ele, a valorização do dólar frente ao real também favorece as medidas de conteúdo nacional.
“Do ponto de vista cambial, deixa a economia brasileira em sintonia com o mercado mundial”, avaliou o presidente.
“A faixa de R$ 2,90 a R$ 3,00 é o que vínhamos reivindicando e é boa para a competitividade da indústria do Brasil, porque fica mais barato produzir aqui do que fora. Isso atrai investimentos ao País”, completou.
Outra questão que foi debatida dentro das relações comerciais internacionais foi o acordo com o México.
“O ministro assegurou que não haverá o livre comércio com o México no novo acordo, que substituirá o atual que termina no próximo dia 18”, declarou Rafael.
O presidente enfatizou a preocupação do Sindicato e das centrais com os acordos bilaterais.
“Além de manter as cotas para carros, os representantes do governo federal nos garantiram que serão implantadas normas rígidas de acompanhamento nas importações de autopeças mexicanas para o Brasil”, disse.
“A maneira como o governo brasileiro tem conduzido as negociações com o México está em sintonia com a reivindicação dos Metalúrgicos do ABC”, acrescentou.
Para Rafael, outro fator que não pode ser desprezado nestas negociações são as condições do mercado de trabalho e suas diferenças entre países.
“Os acordos têm que levar em conta as discrepâncias entre os direitos dos trabalhadores brasileiros e de outros países, que são submetidos a longas jornadas de trabalho, para baratear os custos da produção e não tem sequer direito a representação sindical”, concluiu.
Da Redação