Mercado de veículos importados tem queda de 31,2% e dólar alto pode agravar situação
Estima-se que o déficit anual seja de 30% em relação a 2019, enquanto isso entidade pede que governo aprove diminuição de impostos
A Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadores e Fabricante de Veículos Automotores) divulgou na sexta-feira (2) o balanço do terceiro trimestre e do acumulado no ano. Houve uma queda de 31,2% na compra de veículos importados entre janeiro e setembro deste ano em comparação a 2019.
A retração foi ainda maior nas vendas de automóveis e comerciais leves nacionais e importados. Cerca de 32,9%. Para os associados da Abeifa, que reúne montadoras como BMW, Jaguar Land Rover, Volvo, CAOA Chery, Porsche, Kia e Lamborghini, o tombo nos nove primeiros meses foi de 20,8% em relação a 2019. Com o reaquecimento do mercado, a perspectiva é de fechar o ano ainda em queda. Porém com uma porcentagem menor do que a registrada até agora.
O déficit em relação ao passado dos veículos nacionais e importados deve ser de 30%. A associação, que sofre diretamente com a alta do dólar, afirma que esse ano só não foi pior porque as marcas se prepararam para um ano de crescimento e garantiram estoque com um câmbio mais baixo. Com isso, conseguiram estabilizar os preços. Porém, assim que os estoques acabarem, podemos esperar um novo lote já com o atual valor do dólar.
A entidade não acredita que as montadoras que importam veículos sairão do país devido ao dólar alto, visto que para o próximo ano a tendência é de uma leve baixa e estabilização. Contudo, talvez seja necessária uma mudança no portfólio das marcas e uma mudança no nicho do consumidor. “Investimentos industriais demonstram o compromisso de longo prazo que as marcas têm com o país. Não devem cessar esse tipo de operação.”, afirma o presidente da Abeifa, João Henrique Oliveira.
Do Jornal do Carro / 05.10.2020