Mercedes-Benz: capacidade de 150 mil/ano no Mercosul

A Mercedes-Benz brasileira realiza, desde o início do ano passado, fortes movimentos para reforçar sua presença no País. Começou naquele março, quando anunciou investimento de R$ 1,5 bilhão para expansão da capacidade. Em abril, revelou a transformação da unidade de Juiz de Fora, MG, em produtora de caminhões. Em maio, a importação do pesado Actros. Junho, definiu os modelos Accelo e Actros como específicos da fábrica mineira. Agosto, lançou o pesado importado na versão 6×2. E neste último janeiro comemorou recordes históricos de vendas – mais de 100 mil unidades, somados caminhões, ônibus, comerciais leves e automóveis na América Latina.

Agora, no último dia de junho, a quinta-feira, 30, ocorreu o anúncio de novas expansões: terceiro turno na unidade de São Bernardo do Campo, SP, com contratação de 542 funcionários, segundo turno para a linha Sprinter na fábrica da Argentina, bem como o inicio da produção, ali, do caminhão 1718 em regime de CKD para atender plano de incentivo à renovação de frota de veículos comerciais do país vizinho, além de aumento da produção de chassis de ônibus.

No total serão contratados 1 mil 250 funcionários – 950 no ABC paulista e 300 na Argentina.

Quando todos os processos de efetivação estiverem concluídos a empresa terá 16 mil 160 colaboradores, dos quais 14 mil 360 nas unidades brasileiras: 12,7 mil em São Bernardo do Campo, 870 em Juiz de Fora, MG, e 790 em Campinas, SP. Que se somarão aos 1,8 mil de Buenos Aires.

A reação da tradicional fabricante de caminhões, no Brasil há 55 anos e há 60 na Argentina, é a resposta para evitar repetição dos problemas ocorridos nos últimos anos, quando faltaram produtos para atender à crescente demanda – o que custou a liderança do mercado. A ordem agora é ter folga na capacidade produtiva anual: 75 mil em São Bernardo do Campo, 50 mil em Juiz de Fora e 25 mil em Buenos Aires, com destaque para as 20 mil Sprinter e com o restante dividido por ônibus e caminhões. Mesmo que na unidade mineira estejam previstos 15 mil caminhões por ano até 2013, a partir daí tudo dependerá do mercado.

A Mercedes-Benz terá, então, 150 mil unidades de capacidade produtiva no Mercosul. Só no Brasil serão 125 mil unidades, número muito próximo da unidade alemã de Wörth, a maior do grupo Daimler Trucks.

A fábrica de São Bernardo do Campo é a única a produzir, em um mesmo local, caminhões, chassis de ônibus, motores, câmbios e eixos.

Jürgen Ziegler, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para América Latina, afirma que “existe a necessidade de crescer, pois temos um mercado interno que já neste primeiro semestre mostrou números muito interessantes, algo como 20% acima do ano passado. Além disso temos as exportações, que representam 10% da nossa produção de caminhões, 50% da de ônibus, 5% de 180 mil eixos, 30% de 90 mil motores e 30% de 60 mil transmissões”.

Da Autodata