Mercedes-Benz contrata 1.310 trabalhadores para fábrica de São Bernardo

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC garante efetivação de 510 trabalhadores - 160 aprendizes formados pelo Senai e 350 contratados por tempo determinado, Para Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, "contratações sinalizam início de recuperação dos empregos perdidos na cadeia automotiva por conta da crise". "É o início de uma sequência de contratações na cadeia automotiva", prevê o dirigente sindical do ABC

 

A Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo vai contratar, em outubro, 1.310 trabalhadores para a produção de caminhões e ônibus, setor que apresentou recuperação, segundo a direção da empresa.

Desse total, 800 trabalhadores são novas contratações por prazo determinado de um ano. As outras 510 são consequência da luta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que negociou com a empresa, durante toda a crise, para garantir a efetivação de 350 trabalhadores temporários e a contratação de 160 aprendizes do Senai formados em janeiro e agosto deste ano.

Para assegurar as contratações dos aprendizes e dos temporários, o Sindicato negociou com a direção da Mercedes-Benz medidas de proteção de emprego que evitaram demissões por conta da crise que causou queda na produção, vendas e exportações de caminhões e ônibus.

SINDICATO EVITOU DEMISSÕES – Em junho passado, a direção do Sindicato conseguiu a renovação do contrato dos temporários até outubro e agora eles foram efetivados.
“Argumentamos que o mercado de caminhões estava se recuperando e que esses trabalhadores já tinham a experiência nas funções”, afirmou Aroaldo Oliveira da Silva, coordenador da Comissão de Fábrica da Mercedes.

 Em janeiro deste ano, 45 aprendizes formados pelo Senai no segundo semestre de 2008 receberam comunicado de que não seriam contratados pela empresa. O Sindicato negociou e garantiu que eles permanecessem estudando com auxílio de uma bolsa de estudos concedida pela empresa até serem contratados.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, as contratações na Mercedes-Benz sinalizam o início de uma sequência de anúncios de contratações na cadeia automotiva. “Vamos começar a recuperar os empregos perdidos por conta da crise, “afirmou Nobre.

Sérgio Nobre afirma que outras montadoras de caminhões, como a Scania,  também estão sinalizando recuperação e novas contratações. Na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a maioria dos trabalhadores das montadoras está no setor de produção de caminhões. São cerca de 32 mil metalúrgicos nas fábricas de automóveis da Região, 12 mil deste total na Volkswagen, que produz automóveis, e os 20 mil restantes na produção de caminhões – Ford, Scania e Mercedes-Benz.

AUMENTO DE PRODUÇÃO – A retomada da produção de caminhões deve-se às ações e aos programas de estímulo do governo federal, muitas delas sugeridas pelos trabalhadores no seminário ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, em março deste ano.

Uma das medidas foi a redução do IPI do caminhão para zero por cento. Outra medida foi a reestruturação do programa Pró Caminhoneiro permitindo financiamento de até 100% do valor da compra do caminhão novo ou usado com até 15 anos de fabricação. O financiamento é de 96 meses, com juros fixos de 4,5% ao ano, percentual equivalente à inflação.

PRESIDENTE LULA – As contrações foram comunicadas nesta terça-feira (29/09) ao presidente Lula, em Brasília. No anúncio, a direção da empresa informou que “as contratações visam atender a recuperação no mercado interno de veículos comerciais, motivada pelo reaquecimento da economia brasileira, inclusive pelo recente anúncio de crescimento do PIB no segundo trimestre deste ano”. “O mercado brasileiro tem demonstrado a partir do segundo semestre deste ano uma recuperação nas vendas de caminhões e ônibus motivado, principalmente, por setores como agronegócios, construção civil e mineração, além da renovação de frotas de ônibus”.

Segundo comunicado da empresa, em agosto, a Mercedes-Benz comercializou no mercado interno, segmento acima de 3,5 toneladas de peso bruto total, um volume de 3.109 caminhões, obtendo 32% de participação de mercado. No setor de ônibus, a empresa teve uma participação de 50% com 1.216 unidades comercializadas no mês.

Da Redação